sexta-feira, 20 de março de 2009

EMAÚS - Gr. Emmaous, a transliteração grega do nome aramaico ‘Eme’us, de significado incerto.


Uma aldeia para onde Cléofas e um outro homem, cujo nome não é referido, se dirigiam depois da ressurreição de Jesus. Encontrando-se ainda viajando, Cristo juntou-se-lhes e conversou com eles, acompanhando-os até Emaús, o seu destino, onde se lhes revelou. A aldeia de Emaús, de acordo com as melhores provas textuais, situava-se a 11 km de Jerusalém (60 estádios - Lc 24:13). Ainda não foi identificada. Josefo diz que Tito tinha uma colónia de soldados em ’Ammaous, a trinta estádios (cerca de 5,5 km) de Jerusalém. Trata-se provavelmente de Qalôniyeh, cerca de 8 km a noroeste de Jerusalém. Desde os tempos dos cruzados que Kubeibeh, 11 km a noroeste de Jerusalém, na estrada romana, tem sido apontada como Emaús; contudo, alguns eruditos identificaram-na com a actual ‘Amwâs (a Emaús de I Mac 3:40, 57; etc.). Mas esta situa-se a 24 km de Jerusalém e muito longe para ser a mesma de Lc 24:13.

ELTOLADE - Heb. ’Eltôlad, de significado incerto.

Uma aldeia na zona sul de Judá - chamada Tolade em 1Cr 4:29; foi atribuída a Simeão (Js 15:21,30; Js 19:4); não está identificada.
ELTEQUE - Heb. ’Elteqeh e ’Elteqe’, de significado incerto.

Em registos assírios, é chamada Altaqû. Uma cidade no território de Dã, atribuída aos levitas (Js 19:40, Js 19:44; Js 21:20, 23). Senaqueribe, da Assíria, derrotou os egípcios, em 701 AC, na planície de Eltekeh e depois cercou e destruiu a cidade com o mesmo nome. O local foi identificado, por W. F. Albright, com Khirbet el-Muqanna‘, 35 km a oeste de Jerusalém. Uma vez que se acredita que esta é a localização de Ecrom, terá que se procurar novamente Elteque. Mazar identifica a cidade com Tell esh-Shalaf, cerca de 3 km a nor-nordeste de Jabneh, uma identificação que parece ser geralmente aceite.

ELTECOM - Heb. ’Elteqon, de significado incerto.


Uma cidade na montanhosa Judá (Js 15:59); não está identificada com toda a segurança.

segunda-feira, 2 de março de 2009

ELOM-BETE-HANÃ - Heb. ’Elôn-Bêth-Chanan, “o terebinto da casa de Hanã”.


Possivelmente dois nomes geográficos, Elom e Bete-Hanã (1Rs 4:9), tratando-se provavelmente da mesma cidade com dois nomes diferentes, que se situava em Dã e que não está identificada. Alguns identificam-na com Ajalom.

ELEFE - Heb. ’Eleph, “boi”.


Uma aldeia perto de Jerusalém atribuída a Benjamim (Js 18:28); local não identificado.

ELEAL - Heb. ’El‘aleh e ’El‘ale’, de significado incerto.


Uma cidade que os israelitas tomaram ao rei amorreu de Hesbom e que os rubenitas reconstruíram (Nm 32:3, 37). Mais tarde, quando os moabitas estenderam o seu território para norte, reocuparam a cidade (Is 15:4; Is 16:9; Jr 48:34). É agora el-‘Al, umas ruínas no cimo de um monte, 940 metros acima do nível do mar, cerca de 3 km a nordeste de Hesbom. Foram realizadas sondagens arqueológicas em el-‘Al em 1962. As provas indicaram que a antiga cidade já existia desde o terceiro milénio AC até à Idade Média, com uma possível brecha na ocupação entre 1600 e 1200 AC, uma vez que não foram encontradas quaisquer ruínas relativas à Idade do Bronze.

ELATE OU ELOTE - Heb. ’Êlath e ’Êlôth, provavelmente “uma grande árvore”.


Uma cidade portuária edomita na extremidade norte do braço oriental do Mar Vermelho, chamado Golfo de Aqabah, ou Golfo Elanítico. Elate e Eziom-Geber eram ou duas cidades vizinhas, ou a mesma cidade com dois nomes diferentes. Este último ponto de vista, apoiado por Nelson Glueck, que foi quem escavou Eziom-Geber, é evidente no nome de um porto israelita actual (Eilat), por vezes chamado Elate e situado a oeste de Eziom-Geber. Existem, contudo provas que apoiam o ponto de vista que declara que os dois nomes representam cidades vizinhas - sendo Eziom-Geber identificada com Tell el-Kheleifeh e Elate aproximadamente com o local da actual Aqabah, alguns quilómetros a este de Eziom-Geber. O nome Elate pode ter derivado da árvore sagrada sob a qual os pagãos adoravam. Alguns comentaristas vêem na Parã de Gn 14:6 a primeira referência a Elate. Se este ponto de vista estiver correcto, significa que os quatro reis do capítulo 14 foram até ao Golfo de Aqabah, nas suas conquistas na Palestina. Elate é mencionada claramente pela primeira vez em Dt 2:8, como sendo um local onde os hebreus acamparam durante as sua vagueações pelo deserto. Nesse tempo marcava a fronteira mais a sul de Edom e um importante cruzamento de caravanas entre a Arábia e o Egipto. O local só passou para a posse dos israelitas quando David subjugou os edomitas (ver 2Sm 8:14). Depois disto, Eziom-Geber é mencionada como cidade portuária e o nome Elate só volta a ser mencionado no tempo de Azarias, que terá recuperado a cidade para Judá (2Rs 14:22), provavelmente das mãos dos edomitas. No tempo de Acaz, Elate caiu de novo nas mãos do edomitas (2Rs 16:6). Os hebreus lêem ’rm, “Síria” (algumas versões), mas será provavelmente um erro do escriba, no que se refere a ’dm, uma vez que as letras r e d, nos escritos hebraicos pré e pós-exílio são quase idênticas, sendo facilmente confundidas. Elate não volta a ser mencionada na Bíblia mas outras fontes mostram que se tornou num local importante durante o período imperial romano, quando os nabateus árabes se encontravam na posse do antigo território edomita. O seu nome era, então, Aita

ELÁ - Heb. ’Elah e ’Ela’, uma árvore não identificada com toda a certeza, talvez o pistachio.


Um vale no qual o exército de Saul acampou, na altura em que se deu o combate entre David e Golias (1Sm 17:1, 2). É identificado com Wâdi es-Sant, cerca de 22 km a oeste de Belém e a norte de Socó.

EGLOM - Heb. ‘Eglôn, “touro jovem”; comparar com o nome próprio acadiano Iglânu.

Uma cidade cananeia que pertencia à confederação que lutou contra Gibeom e que foi derrotada por Josué. A cidade foi atribuída a Judá (Js 10:3-23, Js 34-37; Js 12:12). O nome foi preservado em Khirbet ‘Ajlân, um local em ruínas 25,5 km a nordeste de Gaza, mas a antiga localização de Eglom era provavelmente Tell el-Hesi, 24 km a nordeste por este de Gaza. Nem todos os eruditos se mostram satisfeitos com esta identificação mas não foi descoberta uma localização mais plausível para este local.
Tell el-Hesi foi a primeira cidade na Palestina onde foram levadas a cabo escavações científicas. Flinders Petrie, o pai das escavações científicas no Egipto, começou as escavações neste local em 1890 e desenvolveu um sistema de datação dos lugares antigos e dos resíduos de cerâmica a eles associados - cronologia cerâmica - que hoje em dia é a maneira mais exacta de datar locais palestianianos antigos. Entre 1891 e 1893, Bliss continuou a obra de Petrie. Em 1970, um projecto de longo prazo de uma equipa americana, sob os auspícios das Escolas Americanas de Investigação Oriental, começou as escavações sistemáticas, que ainda continuavam em 1978.
Tell el-Hesi é composta por uma cidade baixa e uma acrópole alta. Foram reconhecidos por Bliss oito extractos principais e três substractos, que mostram que a cidade existia desde o início da Idade do Bronze, no terceiro milénio AC, até ao período persa.
EGLATE-SELISIA - Heb. ‘Eglath Shelishîyah, “Eglate da terceira parte”.

Uma cidade em Moabe (Is 15.5; Jr 48:34); não identificada. O termo hebraico é traduzido por “uma bezerra de três anos”, em algumas versões; contudo, o nome refere-se, obviamente, a uma cidade.

EGLAIM - Heb. ’Eglaym, “duas gotas”.


Uma cidade em Moabe (Is 15:8); não identificada com toda a certeza.

EGLAIM - Heb. ’Eglaym, “duas gotas”.


Uma cidade em Moabe (Is 15:8); não identificada com toda a certeza.

EGITO - Heb. Misrayim.


O nome deriva do grego Aiguptos, “casa do (deus) Ptah”, mencionado como Hikuptah nas cartas de Amarna. Os antigos egípcios chamavam à sua terra Km.t, “(a terra) preta”, por causa do contraste entre o solo rico e escuro do fértil vale do Nilo e o deserto que fica para além do rio. Contudo, um outro nome dado ao Egipto pelos seus nativos significaria “duas terras”, ou seja, a união entre o Egipto Superior e o Egipto Inferior. As cartas da Amarna mostram que, no século XIV AC, os cananeus chamavam Misri ao Egipto. A palavra hebraica Misrayim (ver Mizraim) tem duas terminações que apontarão para as duas principais regiões do país, o Egipto Superior e o Egipto Inferior. Os egípcios, hoje em dia, usam o nome arábico Misr.
História:
Cronologia - As principais fontes de informação sobre este difícil assunto são listas antigas de reis, alguns dados astronómicos e dados históricos mencionando os anos de reinado dos reis ou a extensão dos seus reinos. A divisão em dinastias foi efectuada por Manetho, um sacerdote egípcio que escreveu a sua história sobre o Egipto na Grécia e no início do século III AC. Esta obra perdeu-se e só se encontram disponíveis algumas porções em sumários ou referências feitas por Josefo, Africanus e Eusébio. O conseguir-se uma cronologia correcta tem sido a tarefa mais difícil que os egiptólogos tomaram a seu cargo, desde que se conseguiram ler os antigos registos egípcios. Os eruditos ainda não chegaram a conclusões unânimes e não foram estabelecidas datas relativamente à história antiga. As datas fornecidas por eruditos antigos, no que toca ao início da história do Egipto com a primeira dinastia (Petrie: 4777 AC), não são aceites por ninguém. Este acontecimento é situado pelos egiptólogos entre 3100 AC e 2800 AC. Só a partir do Reino Central as datas disponíveis se tornam seguras e a primeira data absoluta a que se chegou, com base em dados astronómicos, é o ano de 1991 AC, o início da 12ª dinastia. No entanto, mesmo no segundo e primeiro milénios AC, existem acontecimentos para os quais não estão disponíveis dados cronológicos, como por exemplo, para a maior parte dos acontecimentos que tiveram lugar durante as dinastias 13-17. Existem também incertezas cronológicas relativamente às dinastias 21-23. Contudo, as dinastias 18-20 estão razoavelmente bem estabelecidas e a cronologia das dinastias 24-30 cria poucos problemas. Estes vários graus de certeza devem ser tidos em mente, ao se considerarem as datas fornecidas nos parágrafos seguintes. As datas fornecidas em ligação com a história do Egipto até à 12ª dinastia são vulgarmente aceites pelos egiptólogos que aderiram à cronologia mais baixa e serão necessariamente as mais correctas.
Pré-história - Praticamente nada se conhece sobre o Egipto antes de a arte da escrita ter surgido na primeira dinastia. As relíquias do Egipto pré-dinástico são compostas por algumas aldeias em ruínas, cerâmica, vasos de pedra, objectos utilitários, armas, algumas esculturas toscas e pinturas murais. Os eruditos dividiram o tempo pré-histórico em períodos aos quais deram nomes baseados nos locais onde os resíduos culturais característicos foram, pela primeira vez, encontrados - Tasiano, Badaniano, Amraciano e Gerzeu. Não existe maneira de se conhecer a extensão destes períodos.
O Reino Antigo - Dinastias 1-6 (2800-2150 AC). No início deste período, deu-se a unificação do Egipto sob o domínio de um rei a quem Manetho chama Menes, embora este nome não se encontre nos antigos registos egípcios. Existem muitas tumbas em Abido e Saqqârah pertencentes aos reis das primeira e segunda dinastias, construídas em tijolo e imitando o estilo de construção mesopotâmico. Muitas das provas apontam para o Vale do Eufrates e do Tigre como o local de origem da antiga cultura dos egípcios. Durante a terceira dinastia, foram erigidas as primeiras estruturas monumentais de pedra. Entre elas encontra-se a Pirâmide do Rei Zoser, assim como as inúmeras estruturas à sua volta que formam os grandes compostos mortuários. Depois, chegou o tempo dos grandes construtores de pirâmides da 4ª dinastia - Khufu, Khafre e Menkaure - que nos deixaram três formidáveis pirâmides em Gîzeh. A sua mestria no tratamento da pedra, tal como se testemunha através de esculturas, estruturas monumentais (tal como as pirâmides) e templos mortuários, nunca foi ultrapassado e raramente foi igualado no antigo Egipto. O Reino Antigo sobressaiu não somente em termos de arquitectura e esculturas mas também no campo das ciências, tais como a matemática e astronomia, sendo visto, em tempos posteriores, como um período clássico. Durante as dinastias 5 e 6, o poder real entrou em declínio, o que é revelado pelo menor tamanho e qualidade mais pobre das pirâmides e outras estruturas tumulares. No século XXII, o Reino Antigo chegou ao fim e a ele se seguiu um período de caos e anarquia, marcado por uma grande pobreza entre a população e uma reavaliação da visão que os egípcios tinham sobre a vida.
O Primeiro Período Intermédio - Dinastias 8-11 (2150-2025 AC). Deve notar-se primeiro que não há qualquer prova da existência, nos registos antigos, daquilo a que Manetho chama a 7ª dinastia; consequentemente, deverá supor-se que esta dinastia nunca existiu, devendo, portanto, ser posta de lado em qualquer discussão histórica sobre a história do antigo Egipto. Os reis do Primeiro Período Intermédio, na sua maioria governantes locais que se apelidavam de reis, foram fracos sucessores dos do Reino Antigo e tentaram, sem sucesso, obter a supremacia sobre todo o país.
Durante este período, deu-se também um grande influxo de asiáticos - provavelmente amorreus que surgiram nesta altura em todo o Próximo Oriente. Dominaram sobre partes do Delta e fizeram da cidade de Athribis a sua capital. Eram habitualmente acusados pelos seus contemporâneos de serem os causadores de todos os problemas e misérias desse tempo. Quando a forma central de governo se desmoronou, surgiram muitas ilegalidades e uma grande crise económica levou o país à bancarrota. Contudo, quando desapareceram as posses materiais, deu-se uma busca profunda pelos valores reais. Isto reflecte-se claramente no florescimento excepcional da literatura nesse tempo.
O Reino Central - Dinastias 11-12 (2025-1780 AC). Um dos reis da 11ª dinastia de Tebes, no Egipto Superior, foi capaz de pôr termo às condições caóticas desse período, colocando todo o país sob o seu domínio. O resultado foi o regresso de um reino forte e unido, com uma administração ordenada. Este facto deu início ao Reino Central. Mais tarde, uma revolução abriu caminho para uma mudança de dinastias mas os reis da 12ª dinastia deram continuação à poderosa governação dos seus antecessores. Transferiram a capital para Lisht, no Egipto Central e procuraram tornar-se governantes responsáveis para o seu povo. Treinaram os seus sucessores, promoveram o comércio com o estrangeiro, exploraram as minas da Núbia e do Sinai e levaram a cabo expedições na Palestina e na Líbia. Ao mesmo tempo, construíram fortificações para protegeram as suas fronteiras da intrusão de estrangeiros.
O Segundo Período Intermédio - Dinastias 13-17 (1780-1590 AC). Mais uma vez o Egipto passou por um período de caos e domínio estrangeiro. Esta segunda quebra da ordem e do governo centralizado foi causada pela intrusão dos Hiksos, um povo misterioso a quem Josefo chamou reis-pastores. Parecem ter feito parte da grande migração dos povos que, nessa altura, inundaram o Próximo Oriente e que foi responsável pela destruição de vários reinos e pelo surgimento de novos reinos, tais como o Império Heteu, na Ásia menor; o Reino Hurreu, de Mitanni, no Eufrates Superior e o Reino dos Casseus, na Baixa Mesopotâmea.
Os Hiksos (o seu nome significa “governante de países estrangeiros), que vieram da Ásia para o Egipto, eram em parte semitas e em parte hurreus. Trouxeram com eles um novo veículo de guerra, o cavalo e os carros, que transformou a vida militar, tanto quanto o tanque no século XX. Não se sabe, por falta de provas documentais, se entraram no Egipto num período de paz, tomando o país a uma administração fraca, ou se o conquistaram pela força. Os egípcios, mais tarde, destruíram todas as provas que lhes recordavam os seus opressores estrangeiros.
Os Hiksos estabeleceram a sua capital em Avanis (a grega Tanis e a Zoã bíblica), no delta oriental. Os seus reis mais fortes governaram provavelmente sobre todo o Vale do Nilo; outros não controlaram mais do que certas áreas restritas. Os governantes nativos continuaram a ser reconhecidos pelos egípcios e pelos hiksos como administradores de certos territórios. Por volta de 1600 AC, o príncipe de Tebes começou a lutar pela libertação do Egipto do domínio estrangeiro. As campanhas de três reis sucessivos - Sekenen-Re, Kamose e Ahmose - terminaram com a derrota total dos Hiksos, a conquista de Avanis e a expulsão dos opressores. Os Hiksos estabeleceram-se durante alguns anos em Sharuhen, no sul da Palestina, mas após uma campanha de três anos (ou três campanhas anuais; o registo é ambíguo), os egípcios expulsaram-nos também dessa região, após o que desapareceram da história. Deste modo, por volta de 1570 AC, o Egipto encontrou-se novamente livre, iniciando-se o período mais glorioso de toda a sua história.
O Novo Reino Antes do Período Amarna - Início da 18ª dinastia (1590-1380 AC). Ahmose, o rei de Tebes, tornou-se aparentemente no pai de uma nova dinastia, embora a linha ancestral dos reis da 17ª dinastia não tivesse sido quebrada. Os seus sucessores foram governantes particularmente fortes mas, peculiarmente, durante várias gerações, só nasceram raparigas e vários dos reis que existiram não passaram de príncipes consortes. Tal aconteceu com os primeiros três Thutmose e foi esta a razão porque uma mulher, a famosa Hatshepsut, governou o Egipto como “rei”.
Sob o domínio de Amenhotep I, a Núbia tornou-se novamente numa parte integrante do país do Nilo e as minas do Sinai foram exploradas. Thutmose I (1542-1524 AC) levou a cabo campanhas militares na Palestina e na Síria, chegando até ao Eufrates. No tempo de Hatshepsut (1504-1486 AC), foram enviadas expedições comerciais até Punt (provavelmente a Somália, na África Oriental), tendo-se desenvolvido grandemente a construção civil. Após o forte mas pacífico domínio de Hatshepsut, Thutmose III (1486-1450 AC), que fora seu co-regente durante alguns anos, deu início a uma série de campanhas militares na Palestina e na Síria, que fez com que o Egipto atingisse o pico da sua glória. Ele criou o mais poderoso império que existiu no segundo milénio AC e que se estendia desde o Eufrates até à sexta catarata do Nilo. Construiu-se um forte governo central e, pela primeira vez, a nação possuía um poderoso exército de profissionais, com guarnições em todas as partes do império. Os tesouros de todo o mundo que fluíam para o Vale do Nilo capacitaram os Faraós egípcios com meios para se dedicarem à construção de empreendimentos de proporções fenomenais. O mundo nunca vira nada igual.
O Período Amarna - Finais da 18ª dinastia (1380-1360 AC). O Período Amarna foi somente um pequeno interlúdio na história do Egipto mas o mais intrigante e importante também. Alguns desenvolvimentos que precederam o Período Amarna são dignos de nota no final do século XV e início do século XVI AC, mas nada de tangível é conhecido até que Amenhotep IV (1381-1364 AC) surge na história como rei do Egipto. Ele surge como um fanático monoteísta adorador de Aton, o sol. A oposição a esta revolução religiosa foi muito forte na capital, Tebes, onde o politeísmo, especialmente o culto a Amom, estava fortemente implantado; por isso, ele mudou a capital para um novo local, Akhetaton (agora Amarna), que se situa a meio caminho entre Tebes e Menfis. Com os antigos templos fechados e os seus sacerdotes despedidos, com os antigos deuses suprimidos e os seus adoradores perseguidos, foi construído um novo templo, em Akhetaton, dedicado ao sol. O rei, que mudara o seu nome para Ikhnaton, dedicou-se de todo o coração à interpretação e disseminação da nova religião e culto. Contudo, ele não era suficientemente forte para mudar completamente as crenças enraizadas da população e no fim do seu reinado nota-se uma rejeição menos fanática da antiga religião. Com a sua morte, este movimento terminou. O seu sucessor, Tutankhaton (13361-1353 AC), um genro, foi forçado a voltar para Tebes. Ao mudar o seu nome para Tutankhamen e ao reabrir os antigos templos, ele mostrou que tudo voltaria à sua antiga ordem e que a revolução Amarna morrera. A revolução de Ikhnaton foi a única tentativa de se introduzir o monoteísmo no Egipto, até surgir o cristianismo, que triunfou sobre o paganismo, cerca de dezasseis séculos mais tarde.
Ikhnaton, mais interessado nas reformas religiosas do que nos seus deveres políticos e administrativos, compôs e cantou hinos a Aton, em vez de prestar atenção aos frenéticos apelos de ajuda vindos dos seus súbditos e amigos na Ásia. Vemos que toda a Síria e a maior parte da Palestina escaparam ao controlo dos egípcios naqueles tempos fatídicos e os reis que lhe sucederam eram demasiado fracos e estavam demasiadamente empenhados em fazer parar a ruptura do império.
O Novo Reino Após o Período Amarna - Dinastias 18-20 (1360-1101 AC). Depois que a revolução de Amarna terminou, a antiga religião e o antigo estilo de vida foram rapidamente reimplantados e não demorou a que todos os traços de levantamento religioso desaparecessem. Harmhab (1349-1322 AC), o primeiro governante forte após o período de restauração, manteve-se bastante ocupado na restauração da ordem e da autoridade dentro das suas fronteiras, não tendo tempo para reconquistar os territórios perdidos da Ásia.. Foi isto que Seti I (1322-1394 AC) começou a fazer, subjugando várias cidades fortes do Vale de Esdraelon, na Palestina e mantendo o controlo da área costeira que as ligava ao Egipto. Nas circunstâncias em que se encontrava, ele não podia fazer muito mais.
O seu sucessor, Ramsés II, governou durante quase setenta anos (1304-1238 AC). Lutou contra os heteus em Cades e depois assinou um tratado concedendo-lhes a posse da Síria. Tornou-se mais conhecido do que qualquer outro rei do Egipto porque o seu longo reinado o capacitou para levar a cabo um extenso programa de construções. Apropriou-se de vários edifícios pertencentes a reis anteriores, desmantelou-os e usou os materiais nas suas próprias estruturas, nas quais colocou o seu nome, como construtor.
Durante o reinado do seu filho e sucessor, Merneptah, uma migração de bárbaros vindos do ocidente, os chamados Povos do Mar, invadiu os países civilizados do oriente. Estes recém-chegados pressionaram os líbios que, por seu turno, se viraram para o Egipto, forçando Merneptah a lutar contra os seus vizinhos ocidentais. O Império Heteu desapareceu devido aos ataques implacáveis destes Povos do Mar, que tinham invadido a Ásia Menor. Quando Ramsés III (1196-1165 AC) subiu ao trono, corria pelo Egipto um medo mortal a estes invasores mas ele conseguiu refrear esta maré, derrotando-os e fazendo-os voltar para trás. Alguns dos seus remanescentes permaneceram no país, tal como os filisteus, que se instalaram na costa ocidental da Palestina. Ramsés III salvou o Egipto do perigo externo e também promoveu a segurança interna do seu país. Contudo, na última parte do seu reinado, o país entrou em declínio, o que foi acelerado pelos fracos reis que lhe sucederam. Por isso, o Egipto tornou-se num país de segundo ou terceiro nível. A principal razão da séria crise económica que atravessou foi a perda das possessões estrangeiras e do comércio ultramarino. Tal facto transformou-se em corrupção no país, desordens no exército, greves entre os trabalhadores governamentais, pilhagem de túmulos reais e um sentimento generalizado de insegurança económica e pessoal. Nessa altura, o poder do sumo sacerdote de Amom aumentou, até que este passou a dominar o país.
O Domínio dos Reis-Sacerdotes, Líbios, Etíopes e Assírios - Dinastias 21-25 (1101-663 AC). Durante a 21ª dinastia, reis rivais reinaram em Tanis e Tebes, sendo o de Tebes o sumo sacerdote de Amom. O Egipto encontrava-se numa situação tão debilitada, que até os seus embaixadores foram humilhados em países estrangeiros. A união foi mais uma vez conseguida por reis de descendência líbia, que formaram a 22ª dinastia, ou dinastia líbia. O primeiro destes reis, Sheshonk I (o Sisaque bíblico) (950-? AC), efectuou uma tentativa ambiciosa para restaurar o império. Contudo, a sua campanha militar na Palestina não obteve um sucesso duradoiro, não restaurando os territórios perdidos a este de Egipto, embora tivesse conquistado Jerusalém e muitas outras fortalezas de Judá e Israel. Os sucessores de Sheshonk foram governantes fracos e o Egipto continuou somente uma sombra do seu passado.
Após um reinado de quase 200 anos por parte dos líbios, os egípcios recuperaram o trono (24ª dinastia) (750-715 AC) mas ocuparam-no somente durante alguns anos. Não demorou a que fossem substituídos pelos etíopes, de Núbia, que, como reis da 25ª dinastia (750-663 AC), dominaram os egípcios durante quase nove décadas. Os Faraós etíopes tiveram que lutar contra os assírios que, nessa altura, se tinham tornado na nação mais poderosa do mundo. Em 670 AC, Esaradom, da Assíria, conquistou o Egipto e transformou-o numa província assíria, estatuto esse que se manteve durante vários anos.
Os Reis Saitas - Dinastia 26 (663-525 AC). Durante esta dinastia, o Egipto passou por um período de razoável prosperidade. Os seus reis nativos, cuja capital era Sais, no Delta Ocidental, recuperaram algum do seu há muito perdido prestígio internacional. Governando durante o período em que o poder assírio entrou em declínio, os reis saitas restabeleceram uma semelhança com a forte governação que já dominara o Egipto. Ousaram sonhar com a reconstrução do seu antigo império na Ásia e desafiaram o reino neo-babilónico, que tinha emergido como um novo poder na Mesopotâmea. Neco, o rei do Egipto, não só se aventurou em campanhas na Ásia, como também, e durante vários anos, se manteve na posse de toda a Palestina e Síria, até ao Eufrates. Contudo, a sua derrota em Carquemis às mãos do príncipe babilónio Nabucodonozor (605 AC) terminou com todas as aspirações egípcias na Ásia. A partir daí, os egípcios ficaram confinados ao seu próprio país. Uma tabuínha cuneiforme indica que sofreram a invasão babilónica provavelmente no reinado de Amasis. Contudo, os governantes egípcios mantiveram-se no trono durante o período do Império Babilónico.
Persas e Últimos Reis Nativos - Dinastias 27-31 (525-333 AC). Cambises, segundo rei do Império Persa, conquistou o Egipto em 525 AC, tornando-o numa satrapia persa. Entretanto, o Egipto encontrou-se novamente sob o domínio de um rei nativo, desde o tempo de Dario II até ao reinado de Artaxerxes III. Nesse período, reis egípcios, pertencentes a três dinastias (28-30), ocuparam o trono dos Faraós. Os persas voltaram em 341 AC, pondo fim ao domínio nativo. Contudo, este segundo domínio persa, mencionado por Manetho como a 31ª dinastia, não esteve no poder por muito tempo, terminando com a entrada vitoriosa de Alexandre no Egipto em 332 AC.
Egipto Romano e Helenístico - Com as vitórias esmagadoras de Alexandre sobre os exércitos persas, os governadores helenísticos tomaram conta das áreas conquistadas, entre as quais se encontrava o Egipto, que passou a ser administrado por Ptolomeu. Vinte anos depois da morte de Alexandre, Ptolomeu nomeou-se a si próprio rei do Egipto e os seus descendentes reinaram durante quase 300 anos. Alexandria foi fundada como cidade grega e certas partes do Delta foram helenizadas mas o resto do Egipto continuou como antes, passando por poucas mudanças. Com a chegada dos romanos, o Egipto tornou-se numa dependência desta poderosa república. Depois que Octaviano (Augusto) o conquistou, em 30 AC, no ano que se seguiu à batalha de Actium, o Egipto tornou-se numa província romana sob o domínio directo do Imperador. Era este o seu estatuto no tempo dos apóstolos.

EFROM - Heb. ‘Ephrôn, significando provavelmente “gazela jovem”.


1. Uma montanha entre Neftoa e Quiriate-Jearim, na fronteira entre Judá e Benjamim (Js 15:1, 9);

2. Uma cidade no norte de Israel, que Abias, de Judá, conquistou a Jeroboão I (2Cr 13:19). É vulgarmente identificada com Efraim, ou Ofra, que é provavelmente a aldeia de et-Taiyibeh, 7 km a nordeste de Betel. Algumas versões, com base na tradição masorética, lêm “Efraim”.

EFRAIM - Heb. ’Ephrayim, “fertilidade dupla”; Gr. Ephraim.


1. Designação de uma determinada floresta ou bosque, que foi o palco de uma batalha decisiva entre as forças de David e as do seu filho rebelde Absalão (2Sm 18:6). Esta floresta situava-se na Transjordânia, provavelmente não muito longe de Maanaim mas ainda não foi localizada. Pode ter recebido o seu nome de uma colónia de efraimitas que viveu nesta área de Manassés (cf. Jz 12:4; Js 17:14-17);

2. Uma cidade que se situava próximo de Balazor e perto da qual Absalão tinha os seus tosquiadores (2Sm 13:23). Jesus dirigiu-se para Efraim depois que ressuscitou Lázaro (Jo 11:54). Em I Mac 11:34 é chamada Aphairema. Tem sido identificada com Ofra, de Benjamim, que é provavelmente a actual aldeia de et-Taiyibeh, 7 km a nordeste de Betel;

3. A designação de uma porta nos muros de Jerusalém. Ver Porta de Efraim.

ÉFESO - Gr. Ephesos.


Uma cidade a oeste da Ásia Menor, perto da nascente do Rio Cayster. Situava-se na junção de várias estradas comerciais no mundo grego e localizava-se na estrada principal entre Roma e o Oriente. Esta posição estratégica deu-lhe alguma importância, assim como o seu grande templo, o centro do culto a Artemis (Diana); os seus famosos livros de magia, os Ephesia Grammata (cf. At 19:19); e o poder económico da sua associação de banqueiros.
A cidade foi fundada pelos gregos ionianos no século XI AC, tornando-se na capital da confederação ioniana composta por 12 cidades. No século VI AC, foi tomada pelo rei lídio Croesus. Após a sua queda perante Ciro, foi integrada no Império Persa. Dois séculos mais tarde, caiu perante Alexandre, o Grande e depois mudou de mãos várias vezes durante os primeiros anos dos seus sucessores. Finalmente, caiu nas mãos dos Seleucidas, de quem os romanos a tomaram, após derrotarem Antíoco, o Grande, em Magnésia, em 190AC. A cidade foi depois dada ao reino do Pergamo. Quando aquele reino foi legado a Roma por Atalo III (133 AC), Éfeso tornou-se na mais importante cidade da província romana da Ásia.
A cidade sofreu imenso com o tremor de terra em 29 DC mas foi reconstruída por Tibério. Foi por esta nova e moderna cidade que Paulo e João passaram. Durante o século III DC, foi invadida pelos Godos, que destruíram o famoso templo de Artemis. Contudo, a cidade recuperou e em 431 DC foi ali que se realizou o terceiro concílio geral da Igreja. Neste concílio foram feitas importantes declarações concernentes à natureza de Cristo e Maria foi oficialmente declarada a “Mãe de Deus”.
Éfeso perdeu gradualmente a sua importância, devido à obstrução do porto com lama trazido do rio Cayster, tornando-se numa cidade em ruínas.
As primeiras escavações foram levadas a cabo por uma expedição britânica, sob as ordens de J. T. Wood, entre 1863 e 1874, tendo como resultado a descoberta das ruínas do templo de Artemis. Entre 1926 e 1935, os alemães, sob a direcção de J. Keil, escavaram igrejas e o ginásio de Éfeso e desde 1954, uma expedição austro-alemã tem trabalhado no local. Uma das mais impressionantes ruínas é o grande teatro construído na vertente oeste do Monte Piom. O seu auditório semicircular tinha 151 metros e a sua orquestra 33,5 metros. O palco tinha 6,7 metros de largura. O teatro continha 66 filas de assentos, acomodando 24.500 pessoas. Foi aqui que se deu o tumulto contra Paulo e os seus ensinos registado em At 19:23-41.
A estrada principal ligando o teatro ao porto era chamada a “estrada arcadiana”. Os seus 530 metros estavam pavimentados com placas de mármore, existindo aí várias lojas. À noite, a rua encontrava-se iluminada, algo pouco usual numa cidade antiga.
Outras ruínas escavadas em Éfeso são o agora, a biblioteca de Celso, ginásios, os banhos, várias igrejas do período cristão (entre as quais a igreja onde decorreu o concílio de 431 DC) e a igreja monumental que foi construída em honra do apóstolo João, que se crê tenha passado os últimos anos da sua vida nesta cidade.
Nada resta do grande templo de Artemis (Diana) a não ser um buraco que, na estação seca, revela algumas pedras dos seus fundamentos. Este edifício tinha quatro vezes o tamanho do Partenon, em Atenas, encontrando-se entre as sete maravilhas do mundo. Incorporadas na estrutura do templo estavam 117 colunas (Plínio, por engano, menciona 127), cada uma delas com 20 metros de altura. Trinta e seis delas estavam esculpidas com figuras de tamanho real à volta das partes mais baixas. Este templo era o centro de grandes festas que atraiam muitos visitantes, especialmente durante o mês de Artemisios (Março-Abril), o mês em que parece ter ocorrido o tumulto contra Paulo. Era também o local onde foram guardados os tesouros da associação de banqueiros, pela qual Éfeso era famosa. O seu objecto de culto era uma imagem da deusa Artemis, feita em madeira preta de oliveira, de acordo com algumas autoridades, ou de ferro meteórico, de acordo com outras (cf. At 19:35). Sendo considerada como uma deusa da fertilidade, a sua imagem continha vários seios. O templo encontrava-se inicialmente no centro da cidade, tendo sido construído em terrenos aluviais, na margem do rio Cayster. Contudo, uma vez que a cidade era frequentemente inundada pelo rio, Lisimaco, em 286 AC, mudou-a para longe do alcance da água. O templo de Artemis não foi mudado de local, ficando então fora das muralhas. Foi destruído pelos Godos por volta de 26 DC, não tendo sido completamente reconstruído. As suas colunas foram utilizadas na decoração de igrejas cristãs em locais tão distantes quanto Constantinopla (Istambul) e o templo em ruínas permaneceu como despojo de materiais de construção, até mais nada existir.
Em Éfeso, tal como na maior parte das grandes cidades do período imperial romano, existia uma comunidade judaica que possuía uma sinagoga (At 18:19; At 19:8, 17). Paulo, como habitualmente, começou a sua pregação na sinagoga, quando esteve em Éfeso. Esteve ali pouco tempo, quando se dirigia de Corínto para Jerusalém durante a sua segunda viagem missionária e depois esteve lá três meses durante a sua terceira viagem missionária (At 18:18; At 19:8). Depois de ter sido expulso da sinagoga, Paulo passou a reunir-se numa escola por mais dois anos (At 19:9, 10), até que o tumulto, iniciado pelo ourives de prata Demétrio, tornou aconselhável que ele saísse da cidade (At 20:1). Nessa altura, ele passara já três anos em Éfeso (At 20:31) e Provavelmente construíra aí um forte centro da cristandade, a partir do qual a mensagem se espalhou por outras cidades da Província da Ásia. Tal parece evidente devido ao facto de somente alguns anos mais tarde se encontrarem igrejas cristãs nas maiores cidades daquela Província (Cl 4:13-16; Ap 2:1 a 3:2). Ao voltar a Jerusalém, cerca de um ano depois de ter deixado Éfeso, Paulo foi visitado pelos líderes da igreja de Éfeso, em Mileto (At 20:16-38). Durante o seu primeiro encarceramento romano, Paulo escreveu a sua “Carta aos Efésios” e terá provavelmente visitado novamente Éfeso após a sua libertação (1Tm 1:3).
De acordo com a tradição, o apóstolo João passou vários anos da sua vida em Éfeso, tornando-se no líder reconhecido das igreja da Ásia Menor Ocidental. Foi a Éfeso que ele dirigiu a primeira das sete cartas escritas durante o seu exílio na ilha de Patmos (Ap 2:1-7).

EDOM - Heb. ‘Edôm, “vermelho”.


A terra dos edomitas, chamada Udumu em inscrições acadianas e ’Idwn em textos hieroglíficos egípcios, originalmente, terra de Seir (Gn 32:3; Gn 36:20, 21, 30; Nm 24:18). Edom incluía a depressão chamada Arabah, que se estendia desde o Mar Morto até ao Golfo de Aqabah e que se situa no deserto de Edom (2Rs 3:8, 20). Também inclui o território montanhoso em ambos os lados de Arabah. Algumas das montanhas elevam-se a mais de 1067 m acima desta depressão. São compostas por pedra arenosa, pedra calcária e pórfiro, com veios de cobre e ferro em algumas zonas. Partes de Edom poderiam ser usadas para fins agrícolas (Nm 20:17-19) mas a maior parte do país era estéril (Ml 1:3, 4). A capital era Sela, que provavelmente se identifica com Es-Sela‘, 4 km a nordeste de Buseira, a antiga Bozra. A partir do século VII AC, a capital poderá ter sido a fortaleza rochosa de Umm el-Bayyârah, na zona de Petra, situada numa montanha impenetrável, no deserto. Outras importantes cidades edomitas da antiguidade são Bozra e Teman. No tempo dos gregos, o nome Idumeia foi utilizado para mencionar Edom e aplicado à zona oeste de Arabah e sul de Judá, zona para a qual os edomitas tinham sido expulsos por pressão dos nabateus.

EDER - Heb. ‘Eder, “rebanho”.Como nome próprio, ’Eder vem do aramaico e significa “ajuda.


1. Um local a sul de Judá (Js 15:31), identificado com el-‘Adar, cerca de 8 km ao sul de Gaza na margem direita de Wâdi Ghazzeh;

2. Uma torre entre Belém e Hebrom, perto do local onde Jacó armou as suas tendas (Gn 35:21).

ECROM - Heb. ‘Eqrôn, de significado incerto.


Mencionada em textos acadianos como Amqarruna e em inscrições egípcias como ‘Ngrn. Uma das cinco cidades dos filisteus. Antigamente acreditava-se que se situava ou em Qatra, 13 km a nordeste de Asdode, ou em ‘Aqir, cerca de 5 km mais para nordeste. Contudo, foram recentemente apresentadas provas que a identificam com Khirbet el-Muqanna‘, 9.5 km a sul de ‘Aqir. Neste local, foi encontrada uma muralha e alguns edifícios, assim como alguma cerâmica tipicamente filisteia e israelita. A cidade situava-se no território inicialmente atribuído a Judá (Js 15:45, Js 15:46), tendo, mais tarde, sido dada a Dã (Js 19:43). Embora Judá a tivesse conquistado no início da colonização de Canaã (Jz 1:18), os israelitas provavelmente não a ocuparam. No tempo de Samuel e Saul, os territórios à volta de Ecrom foram conquistados pelos israelitas, mas a cidade, aparentemente, manteve-se na posse dos filisteus (1Sm 7:14; 1Sm 17:52) desde o tempo em que eles se instalaram na Palestina, no século XII AC. Ecrom foi uma das cidades para onde os filisteus levaram a arca (1Sm 5:10; 1Sm 6:16). Os profetas pronunciaram-se contra tal facto (Jr 25:20; Am 1:8; Sf 2:4; Zc 9:5, 7). Quando Ezequias se rebelou contra os assírios, Padi, o rei de Ecrom, permaneceu leal à Assíria mas os ecronitas juntaram-se à rebelião e entregaram-no a Ezequias. Como resultado, Senaqueribe puniu Ecrom e colocou novamente Padi no trono. A cidade foi finalmente dada aos judeus pelo rei seleucida Alexandre Balas, no tempo de Jónatas Macabeu (I Mac 10:89). Os seus habitantes adoravam Baal-Zebu (2Rs 1:2).

EBROM - Heb. ‘Ebron, “vau”.


Uma cidade em Aser (Js 19:28). Muitos eruditos consideram que deverá tratar-se de Abdom, visto que o r e o d hebraicos são quase idênticos e causam confusão

EBLA


Nome de uma importante cidade antiga, situada no norte da Síria, durante a Dinastia de Acade, no final do terceiro milénio AC. É actualmente Tell Mardikh, com 56 hectares e a 54 km a sudoeste de Alepo, onde uma expedição italiana levou a cabo escavações sob a direcção de Paolo Mathiae desde 1964. O tronco de uma estátua com algumas inscrições, descoberto em 1968, identificou Tell Mardikh com Ebla que, de acordo com textos do final do terceiro milénio AC, foi destruída pelo rei Naram-Sin, da Acádia. Desde 1974, quando as primeiras tabuínhas cuneiformes foram encontradas durante as escavações do palácio, foram descobertas cerca de 20.000 tabuínhas. A maior parte delas está escrita em sumério, mas muitas delas são compostas na antiga língua cananeia, que foi adoptada pelos patriarcas quando chegaram a Canaã e que é agora conhecida como hebreu. O conteúdo da maior parte das tabuínhas é de natureza económica e administrativa mas também existem cartas, textos literários, um código de leis cananeu e textos léxicos. Os textos revelam que Ebla, antes da sua conquista e destruição por Naram-Sin, tinha uma população que atingia as 260.000 pessoas, incluindo 11.000 servos. Estabeleceram comércio, principalmente têxteis, com a maior parte do mundo conhecido, razão por que se encontram nesses textos os nomes de cerca de 5000 locais com os quais negociavam. Entre eles encontram-se os nomes de muitas cidades da Palestina, tais como Aco, Asdode, Dor, Gaza, Hazor, Jope, Laquis, Megido e Salém (o nome pelo qual Jerusalém é conhecida nos tempos patriarcais - Gn 14:18). Também os nomes de Sodoma e Gomorra são mencionados num texto de Ebla. Um epígrafo da expedição, Giovanni Pettinato, relatou que os textos também continham a versão cananeia da história da criação e do dilúvio.

EBES - Heb. ’Ebes, de significado incerto.

Uma cidade de Issacar (Js 19:20). A sua localização é incerta.
EBENEZER - Heb. ’Eben Ha‘ezer, “pedra da ajuda”.

1. Um local cerca de 3 km a este de Afeque, onde os israelitas acamparam durante a guerra contra os filisteus, no tempo do sacerdote Eli. Foi aqui que eles foram derrotados e que a arca foi capturada (1Sm 4.1-11; 1Sm 5.1). O local não foi identificado com toda a certeza. Kochavi identifica-o com ‘Izbet Sartah, um pequeno povoado a este de Afeque, onde ele escavou o que restava de casas pertencentes aos séculos XIII, XII e XI AC. Entre o que foi descoberto, encontrava-se um ostracon contendo oitenta caracteres hebraicos. Aí se encontrava quase todo o alfabeto hebraico completo (faltando somente uma letra) numa ortografia que remonta ao século XII AC;
2. Um monumento em pedra erigido pelo profeta Samuel entre Mizpá e Sem (algumas versões, “Jesaná”), numa área em que o Senhor concedeu a Israel, sob a liderança de Samuel, uma grande vitória sobre os filisteus (1Sm 7:10, 1Sm 7:12), vinte anos após a batalha mencionada no número anterior. É provável que Samuel tivesse dado o nome de Ebenezer ao monumento, no local onde Israel ganhou a batalha, para que o seu nome não se ligasse à derrota, mas sim à vitória.