sábado, 10 de outubro de 2009

EN-HACORE
Heb. ‘Ên Haqqôre, “ fonte do que clama”, ou “fonte da perdiz”.

Uma nascente em Lequi, onde Sansão saciou a sua sede depois que matou os filisteus com a queixada do jumento (Jz 15:19); não identificada.
ENGEDI
Heb. ‘Ên Gedi, “nascente do garoto”.

Um local fértil no Mar Morto, mais ou menos a meio da sua margem ocidental. Uma nascente quente, chamada ‘Ain Jidi, brotando cerca de 122 metros acima do nível do mar, alimenta, no deserto, um oásis que é rico em palmeiras, vinhas e bálsamo (Ct 1:14). O local era anteriormente chamado Hazazontamar (Heb. Chasason Tamar, “poda das palmeiras” - Gn 14:7). Em 2Cr 20:2 surge com o nome Hatsom-Tamar. No tempo de Abraão, o local encontrava-se ocupado pelos amorreus, que foram mortos por Quedorlaomer (Gn 14:7). David usou a área circundante como um esconderijo, na altura em que fugia de Saul e numa das cavernas da vizinhança, ele cortou um pedaço da roupa de Saul (1Sm 23:29; 1Sm 24:1-22).
Devem distinguir-se dois antigos locais: Tell Goren, que se situa cerca de 800 metros a sul da Nascente de Engedi e o Valado Calcolítico, a cerca de 150 metros a norte da mesma nascente. Ambos os locais foram escavados em cinco épocas sob a direcção de B. Mazar, entre 1961 e 1965. Tell Goren contém cinco níveis de ocupação, que mostra que a cidade já aqui existia desde o século VI AC até aos tempos bizantinos. O valado do período calcolítico (4º milénio AC) situa-se num local alto dominando sobre o Mar Morto. Entre outros edifícios, existia entre as ruínas um templo - um dos mais antigos encontrados na Palestina. É possível que os inúmeros instrumentos de culto em cobre, datados do período calcolítico e encontrados em 1961 numa caverna perto de Nahr Mishmar, viessem deste templo.
ENGANIM
Heb. ‘Ên Gannîm, “nascente de jardins”.

1. Uma aldeia nas terras baixas de Judá (Js 15:34). Alguns identificam-na com Beit Jemâl, que se situa 3 km a sul de Bete-Semes;

2. Uma cidade perto da fronteira de Issacar (Js 19:17, 21), atribuída aos levita gersonitas (Js 21:28, 29). É a Ginaea dos tempos do NT, a actual Jenîn, uma aldeia na extremidade sul da Planície de Esdraelom, cerca de 9.5 km a sudeste de Taanaque. O antigo local, apelidado pelos nativos et-Tell, “o montículo”, situa-se bem no meio da actual Jenîn.
EN-EGLAIM
Heb. ‘Ên ‘Eglayim, “nascente dos dois bezerros”.

Um local perto da extremidade norte do Mar Morto (Ez 47:10); identificado com ‘Ain Feshkha, na margem noroeste do Mar Morto, cerca de 3 km a sul de Qumrân.
EN-DOR
Heb. ‘Ên Dor, “nascente da habitação”.

Uma cidade no território de Manassés, na Palestina Ocidental (Js 17:11). O salmista situa a derrota de Sísera, que lhe foi imposta por Baraque, nas proximidades de En-Dor (Sl 83:9, 10). Era a cidade natal da pitonisa que Saul consultou, pouco antes da sua última batalha contra os filisteus (1Sm 28:8-25). Tem sido identificada com Endôr, cerca de 11 km a sudeste de Nazaré.
ENAZOR
Heb. ‘Ên Chasôr, “nascente de Hasor”.

Uma cidade fortificada de Naftali (Js 19:37), identificada, com alguma hesitação, com Hazzûr, cerca de 14.5 km a oeste de Quedes, na Galileia.
EN-ADÁ
Heb. ‘Ên Chaddah, “uma nascente veloz”.

Uma cidade no território de Issacar (Js 19:21) que foi identificada com el-Hadetheh, cerca de 9.5 km a sudoeste da extremidade sul do Mar da Galileia.
ENÃ
Heb. ‘Ênam.

Provavelmente uma forma reduzida de ‘Enayim, “duas nascentes”. Um local em Judá (Js 15:34); possivelmente idêntica a Enaim.
EMIM
Heb. ’Emîm, “homens terríveis” ou “homens assustadores”.

Nome que os moabitas deram a Refaim, cujo país eles ocuparam (Dt 2:10, 11).

domingo, 12 de abril de 2009

EMEQUE-QUEZIZ - O vale decepado.

Uma das cinco cidades de Benjmim, perto de Bete-Hogl e Jericó (Js 18.21). O seu nome deriva provavelmente do nome do vale em que estava situada. Permanece por identificar.

sexta-feira, 20 de março de 2009

EMAÚS - Gr. Emmaous, a transliteração grega do nome aramaico ‘Eme’us, de significado incerto.


Uma aldeia para onde Cléofas e um outro homem, cujo nome não é referido, se dirigiam depois da ressurreição de Jesus. Encontrando-se ainda viajando, Cristo juntou-se-lhes e conversou com eles, acompanhando-os até Emaús, o seu destino, onde se lhes revelou. A aldeia de Emaús, de acordo com as melhores provas textuais, situava-se a 11 km de Jerusalém (60 estádios - Lc 24:13). Ainda não foi identificada. Josefo diz que Tito tinha uma colónia de soldados em ’Ammaous, a trinta estádios (cerca de 5,5 km) de Jerusalém. Trata-se provavelmente de Qalôniyeh, cerca de 8 km a noroeste de Jerusalém. Desde os tempos dos cruzados que Kubeibeh, 11 km a noroeste de Jerusalém, na estrada romana, tem sido apontada como Emaús; contudo, alguns eruditos identificaram-na com a actual ‘Amwâs (a Emaús de I Mac 3:40, 57; etc.). Mas esta situa-se a 24 km de Jerusalém e muito longe para ser a mesma de Lc 24:13.

ELTOLADE - Heb. ’Eltôlad, de significado incerto.

Uma aldeia na zona sul de Judá - chamada Tolade em 1Cr 4:29; foi atribuída a Simeão (Js 15:21,30; Js 19:4); não está identificada.
ELTEQUE - Heb. ’Elteqeh e ’Elteqe’, de significado incerto.

Em registos assírios, é chamada Altaqû. Uma cidade no território de Dã, atribuída aos levitas (Js 19:40, Js 19:44; Js 21:20, 23). Senaqueribe, da Assíria, derrotou os egípcios, em 701 AC, na planície de Eltekeh e depois cercou e destruiu a cidade com o mesmo nome. O local foi identificado, por W. F. Albright, com Khirbet el-Muqanna‘, 35 km a oeste de Jerusalém. Uma vez que se acredita que esta é a localização de Ecrom, terá que se procurar novamente Elteque. Mazar identifica a cidade com Tell esh-Shalaf, cerca de 3 km a nor-nordeste de Jabneh, uma identificação que parece ser geralmente aceite.

ELTECOM - Heb. ’Elteqon, de significado incerto.


Uma cidade na montanhosa Judá (Js 15:59); não está identificada com toda a segurança.

segunda-feira, 2 de março de 2009

ELOM-BETE-HANÃ - Heb. ’Elôn-Bêth-Chanan, “o terebinto da casa de Hanã”.


Possivelmente dois nomes geográficos, Elom e Bete-Hanã (1Rs 4:9), tratando-se provavelmente da mesma cidade com dois nomes diferentes, que se situava em Dã e que não está identificada. Alguns identificam-na com Ajalom.

ELEFE - Heb. ’Eleph, “boi”.


Uma aldeia perto de Jerusalém atribuída a Benjamim (Js 18:28); local não identificado.

ELEAL - Heb. ’El‘aleh e ’El‘ale’, de significado incerto.


Uma cidade que os israelitas tomaram ao rei amorreu de Hesbom e que os rubenitas reconstruíram (Nm 32:3, 37). Mais tarde, quando os moabitas estenderam o seu território para norte, reocuparam a cidade (Is 15:4; Is 16:9; Jr 48:34). É agora el-‘Al, umas ruínas no cimo de um monte, 940 metros acima do nível do mar, cerca de 3 km a nordeste de Hesbom. Foram realizadas sondagens arqueológicas em el-‘Al em 1962. As provas indicaram que a antiga cidade já existia desde o terceiro milénio AC até à Idade Média, com uma possível brecha na ocupação entre 1600 e 1200 AC, uma vez que não foram encontradas quaisquer ruínas relativas à Idade do Bronze.

ELATE OU ELOTE - Heb. ’Êlath e ’Êlôth, provavelmente “uma grande árvore”.


Uma cidade portuária edomita na extremidade norte do braço oriental do Mar Vermelho, chamado Golfo de Aqabah, ou Golfo Elanítico. Elate e Eziom-Geber eram ou duas cidades vizinhas, ou a mesma cidade com dois nomes diferentes. Este último ponto de vista, apoiado por Nelson Glueck, que foi quem escavou Eziom-Geber, é evidente no nome de um porto israelita actual (Eilat), por vezes chamado Elate e situado a oeste de Eziom-Geber. Existem, contudo provas que apoiam o ponto de vista que declara que os dois nomes representam cidades vizinhas - sendo Eziom-Geber identificada com Tell el-Kheleifeh e Elate aproximadamente com o local da actual Aqabah, alguns quilómetros a este de Eziom-Geber. O nome Elate pode ter derivado da árvore sagrada sob a qual os pagãos adoravam. Alguns comentaristas vêem na Parã de Gn 14:6 a primeira referência a Elate. Se este ponto de vista estiver correcto, significa que os quatro reis do capítulo 14 foram até ao Golfo de Aqabah, nas suas conquistas na Palestina. Elate é mencionada claramente pela primeira vez em Dt 2:8, como sendo um local onde os hebreus acamparam durante as sua vagueações pelo deserto. Nesse tempo marcava a fronteira mais a sul de Edom e um importante cruzamento de caravanas entre a Arábia e o Egipto. O local só passou para a posse dos israelitas quando David subjugou os edomitas (ver 2Sm 8:14). Depois disto, Eziom-Geber é mencionada como cidade portuária e o nome Elate só volta a ser mencionado no tempo de Azarias, que terá recuperado a cidade para Judá (2Rs 14:22), provavelmente das mãos dos edomitas. No tempo de Acaz, Elate caiu de novo nas mãos do edomitas (2Rs 16:6). Os hebreus lêem ’rm, “Síria” (algumas versões), mas será provavelmente um erro do escriba, no que se refere a ’dm, uma vez que as letras r e d, nos escritos hebraicos pré e pós-exílio são quase idênticas, sendo facilmente confundidas. Elate não volta a ser mencionada na Bíblia mas outras fontes mostram que se tornou num local importante durante o período imperial romano, quando os nabateus árabes se encontravam na posse do antigo território edomita. O seu nome era, então, Aita

ELÁ - Heb. ’Elah e ’Ela’, uma árvore não identificada com toda a certeza, talvez o pistachio.


Um vale no qual o exército de Saul acampou, na altura em que se deu o combate entre David e Golias (1Sm 17:1, 2). É identificado com Wâdi es-Sant, cerca de 22 km a oeste de Belém e a norte de Socó.

EGLOM - Heb. ‘Eglôn, “touro jovem”; comparar com o nome próprio acadiano Iglânu.

Uma cidade cananeia que pertencia à confederação que lutou contra Gibeom e que foi derrotada por Josué. A cidade foi atribuída a Judá (Js 10:3-23, Js 34-37; Js 12:12). O nome foi preservado em Khirbet ‘Ajlân, um local em ruínas 25,5 km a nordeste de Gaza, mas a antiga localização de Eglom era provavelmente Tell el-Hesi, 24 km a nordeste por este de Gaza. Nem todos os eruditos se mostram satisfeitos com esta identificação mas não foi descoberta uma localização mais plausível para este local.
Tell el-Hesi foi a primeira cidade na Palestina onde foram levadas a cabo escavações científicas. Flinders Petrie, o pai das escavações científicas no Egipto, começou as escavações neste local em 1890 e desenvolveu um sistema de datação dos lugares antigos e dos resíduos de cerâmica a eles associados - cronologia cerâmica - que hoje em dia é a maneira mais exacta de datar locais palestianianos antigos. Entre 1891 e 1893, Bliss continuou a obra de Petrie. Em 1970, um projecto de longo prazo de uma equipa americana, sob os auspícios das Escolas Americanas de Investigação Oriental, começou as escavações sistemáticas, que ainda continuavam em 1978.
Tell el-Hesi é composta por uma cidade baixa e uma acrópole alta. Foram reconhecidos por Bliss oito extractos principais e três substractos, que mostram que a cidade existia desde o início da Idade do Bronze, no terceiro milénio AC, até ao período persa.
EGLATE-SELISIA - Heb. ‘Eglath Shelishîyah, “Eglate da terceira parte”.

Uma cidade em Moabe (Is 15.5; Jr 48:34); não identificada. O termo hebraico é traduzido por “uma bezerra de três anos”, em algumas versões; contudo, o nome refere-se, obviamente, a uma cidade.

EGLAIM - Heb. ’Eglaym, “duas gotas”.


Uma cidade em Moabe (Is 15:8); não identificada com toda a certeza.

EGLAIM - Heb. ’Eglaym, “duas gotas”.


Uma cidade em Moabe (Is 15:8); não identificada com toda a certeza.

EGITO - Heb. Misrayim.


O nome deriva do grego Aiguptos, “casa do (deus) Ptah”, mencionado como Hikuptah nas cartas de Amarna. Os antigos egípcios chamavam à sua terra Km.t, “(a terra) preta”, por causa do contraste entre o solo rico e escuro do fértil vale do Nilo e o deserto que fica para além do rio. Contudo, um outro nome dado ao Egipto pelos seus nativos significaria “duas terras”, ou seja, a união entre o Egipto Superior e o Egipto Inferior. As cartas da Amarna mostram que, no século XIV AC, os cananeus chamavam Misri ao Egipto. A palavra hebraica Misrayim (ver Mizraim) tem duas terminações que apontarão para as duas principais regiões do país, o Egipto Superior e o Egipto Inferior. Os egípcios, hoje em dia, usam o nome arábico Misr.
História:
Cronologia - As principais fontes de informação sobre este difícil assunto são listas antigas de reis, alguns dados astronómicos e dados históricos mencionando os anos de reinado dos reis ou a extensão dos seus reinos. A divisão em dinastias foi efectuada por Manetho, um sacerdote egípcio que escreveu a sua história sobre o Egipto na Grécia e no início do século III AC. Esta obra perdeu-se e só se encontram disponíveis algumas porções em sumários ou referências feitas por Josefo, Africanus e Eusébio. O conseguir-se uma cronologia correcta tem sido a tarefa mais difícil que os egiptólogos tomaram a seu cargo, desde que se conseguiram ler os antigos registos egípcios. Os eruditos ainda não chegaram a conclusões unânimes e não foram estabelecidas datas relativamente à história antiga. As datas fornecidas por eruditos antigos, no que toca ao início da história do Egipto com a primeira dinastia (Petrie: 4777 AC), não são aceites por ninguém. Este acontecimento é situado pelos egiptólogos entre 3100 AC e 2800 AC. Só a partir do Reino Central as datas disponíveis se tornam seguras e a primeira data absoluta a que se chegou, com base em dados astronómicos, é o ano de 1991 AC, o início da 12ª dinastia. No entanto, mesmo no segundo e primeiro milénios AC, existem acontecimentos para os quais não estão disponíveis dados cronológicos, como por exemplo, para a maior parte dos acontecimentos que tiveram lugar durante as dinastias 13-17. Existem também incertezas cronológicas relativamente às dinastias 21-23. Contudo, as dinastias 18-20 estão razoavelmente bem estabelecidas e a cronologia das dinastias 24-30 cria poucos problemas. Estes vários graus de certeza devem ser tidos em mente, ao se considerarem as datas fornecidas nos parágrafos seguintes. As datas fornecidas em ligação com a história do Egipto até à 12ª dinastia são vulgarmente aceites pelos egiptólogos que aderiram à cronologia mais baixa e serão necessariamente as mais correctas.
Pré-história - Praticamente nada se conhece sobre o Egipto antes de a arte da escrita ter surgido na primeira dinastia. As relíquias do Egipto pré-dinástico são compostas por algumas aldeias em ruínas, cerâmica, vasos de pedra, objectos utilitários, armas, algumas esculturas toscas e pinturas murais. Os eruditos dividiram o tempo pré-histórico em períodos aos quais deram nomes baseados nos locais onde os resíduos culturais característicos foram, pela primeira vez, encontrados - Tasiano, Badaniano, Amraciano e Gerzeu. Não existe maneira de se conhecer a extensão destes períodos.
O Reino Antigo - Dinastias 1-6 (2800-2150 AC). No início deste período, deu-se a unificação do Egipto sob o domínio de um rei a quem Manetho chama Menes, embora este nome não se encontre nos antigos registos egípcios. Existem muitas tumbas em Abido e Saqqârah pertencentes aos reis das primeira e segunda dinastias, construídas em tijolo e imitando o estilo de construção mesopotâmico. Muitas das provas apontam para o Vale do Eufrates e do Tigre como o local de origem da antiga cultura dos egípcios. Durante a terceira dinastia, foram erigidas as primeiras estruturas monumentais de pedra. Entre elas encontra-se a Pirâmide do Rei Zoser, assim como as inúmeras estruturas à sua volta que formam os grandes compostos mortuários. Depois, chegou o tempo dos grandes construtores de pirâmides da 4ª dinastia - Khufu, Khafre e Menkaure - que nos deixaram três formidáveis pirâmides em Gîzeh. A sua mestria no tratamento da pedra, tal como se testemunha através de esculturas, estruturas monumentais (tal como as pirâmides) e templos mortuários, nunca foi ultrapassado e raramente foi igualado no antigo Egipto. O Reino Antigo sobressaiu não somente em termos de arquitectura e esculturas mas também no campo das ciências, tais como a matemática e astronomia, sendo visto, em tempos posteriores, como um período clássico. Durante as dinastias 5 e 6, o poder real entrou em declínio, o que é revelado pelo menor tamanho e qualidade mais pobre das pirâmides e outras estruturas tumulares. No século XXII, o Reino Antigo chegou ao fim e a ele se seguiu um período de caos e anarquia, marcado por uma grande pobreza entre a população e uma reavaliação da visão que os egípcios tinham sobre a vida.
O Primeiro Período Intermédio - Dinastias 8-11 (2150-2025 AC). Deve notar-se primeiro que não há qualquer prova da existência, nos registos antigos, daquilo a que Manetho chama a 7ª dinastia; consequentemente, deverá supor-se que esta dinastia nunca existiu, devendo, portanto, ser posta de lado em qualquer discussão histórica sobre a história do antigo Egipto. Os reis do Primeiro Período Intermédio, na sua maioria governantes locais que se apelidavam de reis, foram fracos sucessores dos do Reino Antigo e tentaram, sem sucesso, obter a supremacia sobre todo o país.
Durante este período, deu-se também um grande influxo de asiáticos - provavelmente amorreus que surgiram nesta altura em todo o Próximo Oriente. Dominaram sobre partes do Delta e fizeram da cidade de Athribis a sua capital. Eram habitualmente acusados pelos seus contemporâneos de serem os causadores de todos os problemas e misérias desse tempo. Quando a forma central de governo se desmoronou, surgiram muitas ilegalidades e uma grande crise económica levou o país à bancarrota. Contudo, quando desapareceram as posses materiais, deu-se uma busca profunda pelos valores reais. Isto reflecte-se claramente no florescimento excepcional da literatura nesse tempo.
O Reino Central - Dinastias 11-12 (2025-1780 AC). Um dos reis da 11ª dinastia de Tebes, no Egipto Superior, foi capaz de pôr termo às condições caóticas desse período, colocando todo o país sob o seu domínio. O resultado foi o regresso de um reino forte e unido, com uma administração ordenada. Este facto deu início ao Reino Central. Mais tarde, uma revolução abriu caminho para uma mudança de dinastias mas os reis da 12ª dinastia deram continuação à poderosa governação dos seus antecessores. Transferiram a capital para Lisht, no Egipto Central e procuraram tornar-se governantes responsáveis para o seu povo. Treinaram os seus sucessores, promoveram o comércio com o estrangeiro, exploraram as minas da Núbia e do Sinai e levaram a cabo expedições na Palestina e na Líbia. Ao mesmo tempo, construíram fortificações para protegeram as suas fronteiras da intrusão de estrangeiros.
O Segundo Período Intermédio - Dinastias 13-17 (1780-1590 AC). Mais uma vez o Egipto passou por um período de caos e domínio estrangeiro. Esta segunda quebra da ordem e do governo centralizado foi causada pela intrusão dos Hiksos, um povo misterioso a quem Josefo chamou reis-pastores. Parecem ter feito parte da grande migração dos povos que, nessa altura, inundaram o Próximo Oriente e que foi responsável pela destruição de vários reinos e pelo surgimento de novos reinos, tais como o Império Heteu, na Ásia menor; o Reino Hurreu, de Mitanni, no Eufrates Superior e o Reino dos Casseus, na Baixa Mesopotâmea.
Os Hiksos (o seu nome significa “governante de países estrangeiros), que vieram da Ásia para o Egipto, eram em parte semitas e em parte hurreus. Trouxeram com eles um novo veículo de guerra, o cavalo e os carros, que transformou a vida militar, tanto quanto o tanque no século XX. Não se sabe, por falta de provas documentais, se entraram no Egipto num período de paz, tomando o país a uma administração fraca, ou se o conquistaram pela força. Os egípcios, mais tarde, destruíram todas as provas que lhes recordavam os seus opressores estrangeiros.
Os Hiksos estabeleceram a sua capital em Avanis (a grega Tanis e a Zoã bíblica), no delta oriental. Os seus reis mais fortes governaram provavelmente sobre todo o Vale do Nilo; outros não controlaram mais do que certas áreas restritas. Os governantes nativos continuaram a ser reconhecidos pelos egípcios e pelos hiksos como administradores de certos territórios. Por volta de 1600 AC, o príncipe de Tebes começou a lutar pela libertação do Egipto do domínio estrangeiro. As campanhas de três reis sucessivos - Sekenen-Re, Kamose e Ahmose - terminaram com a derrota total dos Hiksos, a conquista de Avanis e a expulsão dos opressores. Os Hiksos estabeleceram-se durante alguns anos em Sharuhen, no sul da Palestina, mas após uma campanha de três anos (ou três campanhas anuais; o registo é ambíguo), os egípcios expulsaram-nos também dessa região, após o que desapareceram da história. Deste modo, por volta de 1570 AC, o Egipto encontrou-se novamente livre, iniciando-se o período mais glorioso de toda a sua história.
O Novo Reino Antes do Período Amarna - Início da 18ª dinastia (1590-1380 AC). Ahmose, o rei de Tebes, tornou-se aparentemente no pai de uma nova dinastia, embora a linha ancestral dos reis da 17ª dinastia não tivesse sido quebrada. Os seus sucessores foram governantes particularmente fortes mas, peculiarmente, durante várias gerações, só nasceram raparigas e vários dos reis que existiram não passaram de príncipes consortes. Tal aconteceu com os primeiros três Thutmose e foi esta a razão porque uma mulher, a famosa Hatshepsut, governou o Egipto como “rei”.
Sob o domínio de Amenhotep I, a Núbia tornou-se novamente numa parte integrante do país do Nilo e as minas do Sinai foram exploradas. Thutmose I (1542-1524 AC) levou a cabo campanhas militares na Palestina e na Síria, chegando até ao Eufrates. No tempo de Hatshepsut (1504-1486 AC), foram enviadas expedições comerciais até Punt (provavelmente a Somália, na África Oriental), tendo-se desenvolvido grandemente a construção civil. Após o forte mas pacífico domínio de Hatshepsut, Thutmose III (1486-1450 AC), que fora seu co-regente durante alguns anos, deu início a uma série de campanhas militares na Palestina e na Síria, que fez com que o Egipto atingisse o pico da sua glória. Ele criou o mais poderoso império que existiu no segundo milénio AC e que se estendia desde o Eufrates até à sexta catarata do Nilo. Construiu-se um forte governo central e, pela primeira vez, a nação possuía um poderoso exército de profissionais, com guarnições em todas as partes do império. Os tesouros de todo o mundo que fluíam para o Vale do Nilo capacitaram os Faraós egípcios com meios para se dedicarem à construção de empreendimentos de proporções fenomenais. O mundo nunca vira nada igual.
O Período Amarna - Finais da 18ª dinastia (1380-1360 AC). O Período Amarna foi somente um pequeno interlúdio na história do Egipto mas o mais intrigante e importante também. Alguns desenvolvimentos que precederam o Período Amarna são dignos de nota no final do século XV e início do século XVI AC, mas nada de tangível é conhecido até que Amenhotep IV (1381-1364 AC) surge na história como rei do Egipto. Ele surge como um fanático monoteísta adorador de Aton, o sol. A oposição a esta revolução religiosa foi muito forte na capital, Tebes, onde o politeísmo, especialmente o culto a Amom, estava fortemente implantado; por isso, ele mudou a capital para um novo local, Akhetaton (agora Amarna), que se situa a meio caminho entre Tebes e Menfis. Com os antigos templos fechados e os seus sacerdotes despedidos, com os antigos deuses suprimidos e os seus adoradores perseguidos, foi construído um novo templo, em Akhetaton, dedicado ao sol. O rei, que mudara o seu nome para Ikhnaton, dedicou-se de todo o coração à interpretação e disseminação da nova religião e culto. Contudo, ele não era suficientemente forte para mudar completamente as crenças enraizadas da população e no fim do seu reinado nota-se uma rejeição menos fanática da antiga religião. Com a sua morte, este movimento terminou. O seu sucessor, Tutankhaton (13361-1353 AC), um genro, foi forçado a voltar para Tebes. Ao mudar o seu nome para Tutankhamen e ao reabrir os antigos templos, ele mostrou que tudo voltaria à sua antiga ordem e que a revolução Amarna morrera. A revolução de Ikhnaton foi a única tentativa de se introduzir o monoteísmo no Egipto, até surgir o cristianismo, que triunfou sobre o paganismo, cerca de dezasseis séculos mais tarde.
Ikhnaton, mais interessado nas reformas religiosas do que nos seus deveres políticos e administrativos, compôs e cantou hinos a Aton, em vez de prestar atenção aos frenéticos apelos de ajuda vindos dos seus súbditos e amigos na Ásia. Vemos que toda a Síria e a maior parte da Palestina escaparam ao controlo dos egípcios naqueles tempos fatídicos e os reis que lhe sucederam eram demasiado fracos e estavam demasiadamente empenhados em fazer parar a ruptura do império.
O Novo Reino Após o Período Amarna - Dinastias 18-20 (1360-1101 AC). Depois que a revolução de Amarna terminou, a antiga religião e o antigo estilo de vida foram rapidamente reimplantados e não demorou a que todos os traços de levantamento religioso desaparecessem. Harmhab (1349-1322 AC), o primeiro governante forte após o período de restauração, manteve-se bastante ocupado na restauração da ordem e da autoridade dentro das suas fronteiras, não tendo tempo para reconquistar os territórios perdidos da Ásia.. Foi isto que Seti I (1322-1394 AC) começou a fazer, subjugando várias cidades fortes do Vale de Esdraelon, na Palestina e mantendo o controlo da área costeira que as ligava ao Egipto. Nas circunstâncias em que se encontrava, ele não podia fazer muito mais.
O seu sucessor, Ramsés II, governou durante quase setenta anos (1304-1238 AC). Lutou contra os heteus em Cades e depois assinou um tratado concedendo-lhes a posse da Síria. Tornou-se mais conhecido do que qualquer outro rei do Egipto porque o seu longo reinado o capacitou para levar a cabo um extenso programa de construções. Apropriou-se de vários edifícios pertencentes a reis anteriores, desmantelou-os e usou os materiais nas suas próprias estruturas, nas quais colocou o seu nome, como construtor.
Durante o reinado do seu filho e sucessor, Merneptah, uma migração de bárbaros vindos do ocidente, os chamados Povos do Mar, invadiu os países civilizados do oriente. Estes recém-chegados pressionaram os líbios que, por seu turno, se viraram para o Egipto, forçando Merneptah a lutar contra os seus vizinhos ocidentais. O Império Heteu desapareceu devido aos ataques implacáveis destes Povos do Mar, que tinham invadido a Ásia Menor. Quando Ramsés III (1196-1165 AC) subiu ao trono, corria pelo Egipto um medo mortal a estes invasores mas ele conseguiu refrear esta maré, derrotando-os e fazendo-os voltar para trás. Alguns dos seus remanescentes permaneceram no país, tal como os filisteus, que se instalaram na costa ocidental da Palestina. Ramsés III salvou o Egipto do perigo externo e também promoveu a segurança interna do seu país. Contudo, na última parte do seu reinado, o país entrou em declínio, o que foi acelerado pelos fracos reis que lhe sucederam. Por isso, o Egipto tornou-se num país de segundo ou terceiro nível. A principal razão da séria crise económica que atravessou foi a perda das possessões estrangeiras e do comércio ultramarino. Tal facto transformou-se em corrupção no país, desordens no exército, greves entre os trabalhadores governamentais, pilhagem de túmulos reais e um sentimento generalizado de insegurança económica e pessoal. Nessa altura, o poder do sumo sacerdote de Amom aumentou, até que este passou a dominar o país.
O Domínio dos Reis-Sacerdotes, Líbios, Etíopes e Assírios - Dinastias 21-25 (1101-663 AC). Durante a 21ª dinastia, reis rivais reinaram em Tanis e Tebes, sendo o de Tebes o sumo sacerdote de Amom. O Egipto encontrava-se numa situação tão debilitada, que até os seus embaixadores foram humilhados em países estrangeiros. A união foi mais uma vez conseguida por reis de descendência líbia, que formaram a 22ª dinastia, ou dinastia líbia. O primeiro destes reis, Sheshonk I (o Sisaque bíblico) (950-? AC), efectuou uma tentativa ambiciosa para restaurar o império. Contudo, a sua campanha militar na Palestina não obteve um sucesso duradoiro, não restaurando os territórios perdidos a este de Egipto, embora tivesse conquistado Jerusalém e muitas outras fortalezas de Judá e Israel. Os sucessores de Sheshonk foram governantes fracos e o Egipto continuou somente uma sombra do seu passado.
Após um reinado de quase 200 anos por parte dos líbios, os egípcios recuperaram o trono (24ª dinastia) (750-715 AC) mas ocuparam-no somente durante alguns anos. Não demorou a que fossem substituídos pelos etíopes, de Núbia, que, como reis da 25ª dinastia (750-663 AC), dominaram os egípcios durante quase nove décadas. Os Faraós etíopes tiveram que lutar contra os assírios que, nessa altura, se tinham tornado na nação mais poderosa do mundo. Em 670 AC, Esaradom, da Assíria, conquistou o Egipto e transformou-o numa província assíria, estatuto esse que se manteve durante vários anos.
Os Reis Saitas - Dinastia 26 (663-525 AC). Durante esta dinastia, o Egipto passou por um período de razoável prosperidade. Os seus reis nativos, cuja capital era Sais, no Delta Ocidental, recuperaram algum do seu há muito perdido prestígio internacional. Governando durante o período em que o poder assírio entrou em declínio, os reis saitas restabeleceram uma semelhança com a forte governação que já dominara o Egipto. Ousaram sonhar com a reconstrução do seu antigo império na Ásia e desafiaram o reino neo-babilónico, que tinha emergido como um novo poder na Mesopotâmea. Neco, o rei do Egipto, não só se aventurou em campanhas na Ásia, como também, e durante vários anos, se manteve na posse de toda a Palestina e Síria, até ao Eufrates. Contudo, a sua derrota em Carquemis às mãos do príncipe babilónio Nabucodonozor (605 AC) terminou com todas as aspirações egípcias na Ásia. A partir daí, os egípcios ficaram confinados ao seu próprio país. Uma tabuínha cuneiforme indica que sofreram a invasão babilónica provavelmente no reinado de Amasis. Contudo, os governantes egípcios mantiveram-se no trono durante o período do Império Babilónico.
Persas e Últimos Reis Nativos - Dinastias 27-31 (525-333 AC). Cambises, segundo rei do Império Persa, conquistou o Egipto em 525 AC, tornando-o numa satrapia persa. Entretanto, o Egipto encontrou-se novamente sob o domínio de um rei nativo, desde o tempo de Dario II até ao reinado de Artaxerxes III. Nesse período, reis egípcios, pertencentes a três dinastias (28-30), ocuparam o trono dos Faraós. Os persas voltaram em 341 AC, pondo fim ao domínio nativo. Contudo, este segundo domínio persa, mencionado por Manetho como a 31ª dinastia, não esteve no poder por muito tempo, terminando com a entrada vitoriosa de Alexandre no Egipto em 332 AC.
Egipto Romano e Helenístico - Com as vitórias esmagadoras de Alexandre sobre os exércitos persas, os governadores helenísticos tomaram conta das áreas conquistadas, entre as quais se encontrava o Egipto, que passou a ser administrado por Ptolomeu. Vinte anos depois da morte de Alexandre, Ptolomeu nomeou-se a si próprio rei do Egipto e os seus descendentes reinaram durante quase 300 anos. Alexandria foi fundada como cidade grega e certas partes do Delta foram helenizadas mas o resto do Egipto continuou como antes, passando por poucas mudanças. Com a chegada dos romanos, o Egipto tornou-se numa dependência desta poderosa república. Depois que Octaviano (Augusto) o conquistou, em 30 AC, no ano que se seguiu à batalha de Actium, o Egipto tornou-se numa província romana sob o domínio directo do Imperador. Era este o seu estatuto no tempo dos apóstolos.

EFROM - Heb. ‘Ephrôn, significando provavelmente “gazela jovem”.


1. Uma montanha entre Neftoa e Quiriate-Jearim, na fronteira entre Judá e Benjamim (Js 15:1, 9);

2. Uma cidade no norte de Israel, que Abias, de Judá, conquistou a Jeroboão I (2Cr 13:19). É vulgarmente identificada com Efraim, ou Ofra, que é provavelmente a aldeia de et-Taiyibeh, 7 km a nordeste de Betel. Algumas versões, com base na tradição masorética, lêm “Efraim”.

EFRAIM - Heb. ’Ephrayim, “fertilidade dupla”; Gr. Ephraim.


1. Designação de uma determinada floresta ou bosque, que foi o palco de uma batalha decisiva entre as forças de David e as do seu filho rebelde Absalão (2Sm 18:6). Esta floresta situava-se na Transjordânia, provavelmente não muito longe de Maanaim mas ainda não foi localizada. Pode ter recebido o seu nome de uma colónia de efraimitas que viveu nesta área de Manassés (cf. Jz 12:4; Js 17:14-17);

2. Uma cidade que se situava próximo de Balazor e perto da qual Absalão tinha os seus tosquiadores (2Sm 13:23). Jesus dirigiu-se para Efraim depois que ressuscitou Lázaro (Jo 11:54). Em I Mac 11:34 é chamada Aphairema. Tem sido identificada com Ofra, de Benjamim, que é provavelmente a actual aldeia de et-Taiyibeh, 7 km a nordeste de Betel;

3. A designação de uma porta nos muros de Jerusalém. Ver Porta de Efraim.

ÉFESO - Gr. Ephesos.


Uma cidade a oeste da Ásia Menor, perto da nascente do Rio Cayster. Situava-se na junção de várias estradas comerciais no mundo grego e localizava-se na estrada principal entre Roma e o Oriente. Esta posição estratégica deu-lhe alguma importância, assim como o seu grande templo, o centro do culto a Artemis (Diana); os seus famosos livros de magia, os Ephesia Grammata (cf. At 19:19); e o poder económico da sua associação de banqueiros.
A cidade foi fundada pelos gregos ionianos no século XI AC, tornando-se na capital da confederação ioniana composta por 12 cidades. No século VI AC, foi tomada pelo rei lídio Croesus. Após a sua queda perante Ciro, foi integrada no Império Persa. Dois séculos mais tarde, caiu perante Alexandre, o Grande e depois mudou de mãos várias vezes durante os primeiros anos dos seus sucessores. Finalmente, caiu nas mãos dos Seleucidas, de quem os romanos a tomaram, após derrotarem Antíoco, o Grande, em Magnésia, em 190AC. A cidade foi depois dada ao reino do Pergamo. Quando aquele reino foi legado a Roma por Atalo III (133 AC), Éfeso tornou-se na mais importante cidade da província romana da Ásia.
A cidade sofreu imenso com o tremor de terra em 29 DC mas foi reconstruída por Tibério. Foi por esta nova e moderna cidade que Paulo e João passaram. Durante o século III DC, foi invadida pelos Godos, que destruíram o famoso templo de Artemis. Contudo, a cidade recuperou e em 431 DC foi ali que se realizou o terceiro concílio geral da Igreja. Neste concílio foram feitas importantes declarações concernentes à natureza de Cristo e Maria foi oficialmente declarada a “Mãe de Deus”.
Éfeso perdeu gradualmente a sua importância, devido à obstrução do porto com lama trazido do rio Cayster, tornando-se numa cidade em ruínas.
As primeiras escavações foram levadas a cabo por uma expedição britânica, sob as ordens de J. T. Wood, entre 1863 e 1874, tendo como resultado a descoberta das ruínas do templo de Artemis. Entre 1926 e 1935, os alemães, sob a direcção de J. Keil, escavaram igrejas e o ginásio de Éfeso e desde 1954, uma expedição austro-alemã tem trabalhado no local. Uma das mais impressionantes ruínas é o grande teatro construído na vertente oeste do Monte Piom. O seu auditório semicircular tinha 151 metros e a sua orquestra 33,5 metros. O palco tinha 6,7 metros de largura. O teatro continha 66 filas de assentos, acomodando 24.500 pessoas. Foi aqui que se deu o tumulto contra Paulo e os seus ensinos registado em At 19:23-41.
A estrada principal ligando o teatro ao porto era chamada a “estrada arcadiana”. Os seus 530 metros estavam pavimentados com placas de mármore, existindo aí várias lojas. À noite, a rua encontrava-se iluminada, algo pouco usual numa cidade antiga.
Outras ruínas escavadas em Éfeso são o agora, a biblioteca de Celso, ginásios, os banhos, várias igrejas do período cristão (entre as quais a igreja onde decorreu o concílio de 431 DC) e a igreja monumental que foi construída em honra do apóstolo João, que se crê tenha passado os últimos anos da sua vida nesta cidade.
Nada resta do grande templo de Artemis (Diana) a não ser um buraco que, na estação seca, revela algumas pedras dos seus fundamentos. Este edifício tinha quatro vezes o tamanho do Partenon, em Atenas, encontrando-se entre as sete maravilhas do mundo. Incorporadas na estrutura do templo estavam 117 colunas (Plínio, por engano, menciona 127), cada uma delas com 20 metros de altura. Trinta e seis delas estavam esculpidas com figuras de tamanho real à volta das partes mais baixas. Este templo era o centro de grandes festas que atraiam muitos visitantes, especialmente durante o mês de Artemisios (Março-Abril), o mês em que parece ter ocorrido o tumulto contra Paulo. Era também o local onde foram guardados os tesouros da associação de banqueiros, pela qual Éfeso era famosa. O seu objecto de culto era uma imagem da deusa Artemis, feita em madeira preta de oliveira, de acordo com algumas autoridades, ou de ferro meteórico, de acordo com outras (cf. At 19:35). Sendo considerada como uma deusa da fertilidade, a sua imagem continha vários seios. O templo encontrava-se inicialmente no centro da cidade, tendo sido construído em terrenos aluviais, na margem do rio Cayster. Contudo, uma vez que a cidade era frequentemente inundada pelo rio, Lisimaco, em 286 AC, mudou-a para longe do alcance da água. O templo de Artemis não foi mudado de local, ficando então fora das muralhas. Foi destruído pelos Godos por volta de 26 DC, não tendo sido completamente reconstruído. As suas colunas foram utilizadas na decoração de igrejas cristãs em locais tão distantes quanto Constantinopla (Istambul) e o templo em ruínas permaneceu como despojo de materiais de construção, até mais nada existir.
Em Éfeso, tal como na maior parte das grandes cidades do período imperial romano, existia uma comunidade judaica que possuía uma sinagoga (At 18:19; At 19:8, 17). Paulo, como habitualmente, começou a sua pregação na sinagoga, quando esteve em Éfeso. Esteve ali pouco tempo, quando se dirigia de Corínto para Jerusalém durante a sua segunda viagem missionária e depois esteve lá três meses durante a sua terceira viagem missionária (At 18:18; At 19:8). Depois de ter sido expulso da sinagoga, Paulo passou a reunir-se numa escola por mais dois anos (At 19:9, 10), até que o tumulto, iniciado pelo ourives de prata Demétrio, tornou aconselhável que ele saísse da cidade (At 20:1). Nessa altura, ele passara já três anos em Éfeso (At 20:31) e Provavelmente construíra aí um forte centro da cristandade, a partir do qual a mensagem se espalhou por outras cidades da Província da Ásia. Tal parece evidente devido ao facto de somente alguns anos mais tarde se encontrarem igrejas cristãs nas maiores cidades daquela Província (Cl 4:13-16; Ap 2:1 a 3:2). Ao voltar a Jerusalém, cerca de um ano depois de ter deixado Éfeso, Paulo foi visitado pelos líderes da igreja de Éfeso, em Mileto (At 20:16-38). Durante o seu primeiro encarceramento romano, Paulo escreveu a sua “Carta aos Efésios” e terá provavelmente visitado novamente Éfeso após a sua libertação (1Tm 1:3).
De acordo com a tradição, o apóstolo João passou vários anos da sua vida em Éfeso, tornando-se no líder reconhecido das igreja da Ásia Menor Ocidental. Foi a Éfeso que ele dirigiu a primeira das sete cartas escritas durante o seu exílio na ilha de Patmos (Ap 2:1-7).

EDOM - Heb. ‘Edôm, “vermelho”.


A terra dos edomitas, chamada Udumu em inscrições acadianas e ’Idwn em textos hieroglíficos egípcios, originalmente, terra de Seir (Gn 32:3; Gn 36:20, 21, 30; Nm 24:18). Edom incluía a depressão chamada Arabah, que se estendia desde o Mar Morto até ao Golfo de Aqabah e que se situa no deserto de Edom (2Rs 3:8, 20). Também inclui o território montanhoso em ambos os lados de Arabah. Algumas das montanhas elevam-se a mais de 1067 m acima desta depressão. São compostas por pedra arenosa, pedra calcária e pórfiro, com veios de cobre e ferro em algumas zonas. Partes de Edom poderiam ser usadas para fins agrícolas (Nm 20:17-19) mas a maior parte do país era estéril (Ml 1:3, 4). A capital era Sela, que provavelmente se identifica com Es-Sela‘, 4 km a nordeste de Buseira, a antiga Bozra. A partir do século VII AC, a capital poderá ter sido a fortaleza rochosa de Umm el-Bayyârah, na zona de Petra, situada numa montanha impenetrável, no deserto. Outras importantes cidades edomitas da antiguidade são Bozra e Teman. No tempo dos gregos, o nome Idumeia foi utilizado para mencionar Edom e aplicado à zona oeste de Arabah e sul de Judá, zona para a qual os edomitas tinham sido expulsos por pressão dos nabateus.

EDER - Heb. ‘Eder, “rebanho”.Como nome próprio, ’Eder vem do aramaico e significa “ajuda.


1. Um local a sul de Judá (Js 15:31), identificado com el-‘Adar, cerca de 8 km ao sul de Gaza na margem direita de Wâdi Ghazzeh;

2. Uma torre entre Belém e Hebrom, perto do local onde Jacó armou as suas tendas (Gn 35:21).

ECROM - Heb. ‘Eqrôn, de significado incerto.


Mencionada em textos acadianos como Amqarruna e em inscrições egípcias como ‘Ngrn. Uma das cinco cidades dos filisteus. Antigamente acreditava-se que se situava ou em Qatra, 13 km a nordeste de Asdode, ou em ‘Aqir, cerca de 5 km mais para nordeste. Contudo, foram recentemente apresentadas provas que a identificam com Khirbet el-Muqanna‘, 9.5 km a sul de ‘Aqir. Neste local, foi encontrada uma muralha e alguns edifícios, assim como alguma cerâmica tipicamente filisteia e israelita. A cidade situava-se no território inicialmente atribuído a Judá (Js 15:45, Js 15:46), tendo, mais tarde, sido dada a Dã (Js 19:43). Embora Judá a tivesse conquistado no início da colonização de Canaã (Jz 1:18), os israelitas provavelmente não a ocuparam. No tempo de Samuel e Saul, os territórios à volta de Ecrom foram conquistados pelos israelitas, mas a cidade, aparentemente, manteve-se na posse dos filisteus (1Sm 7:14; 1Sm 17:52) desde o tempo em que eles se instalaram na Palestina, no século XII AC. Ecrom foi uma das cidades para onde os filisteus levaram a arca (1Sm 5:10; 1Sm 6:16). Os profetas pronunciaram-se contra tal facto (Jr 25:20; Am 1:8; Sf 2:4; Zc 9:5, 7). Quando Ezequias se rebelou contra os assírios, Padi, o rei de Ecrom, permaneceu leal à Assíria mas os ecronitas juntaram-se à rebelião e entregaram-no a Ezequias. Como resultado, Senaqueribe puniu Ecrom e colocou novamente Padi no trono. A cidade foi finalmente dada aos judeus pelo rei seleucida Alexandre Balas, no tempo de Jónatas Macabeu (I Mac 10:89). Os seus habitantes adoravam Baal-Zebu (2Rs 1:2).

EBROM - Heb. ‘Ebron, “vau”.


Uma cidade em Aser (Js 19:28). Muitos eruditos consideram que deverá tratar-se de Abdom, visto que o r e o d hebraicos são quase idênticos e causam confusão

EBLA


Nome de uma importante cidade antiga, situada no norte da Síria, durante a Dinastia de Acade, no final do terceiro milénio AC. É actualmente Tell Mardikh, com 56 hectares e a 54 km a sudoeste de Alepo, onde uma expedição italiana levou a cabo escavações sob a direcção de Paolo Mathiae desde 1964. O tronco de uma estátua com algumas inscrições, descoberto em 1968, identificou Tell Mardikh com Ebla que, de acordo com textos do final do terceiro milénio AC, foi destruída pelo rei Naram-Sin, da Acádia. Desde 1974, quando as primeiras tabuínhas cuneiformes foram encontradas durante as escavações do palácio, foram descobertas cerca de 20.000 tabuínhas. A maior parte delas está escrita em sumério, mas muitas delas são compostas na antiga língua cananeia, que foi adoptada pelos patriarcas quando chegaram a Canaã e que é agora conhecida como hebreu. O conteúdo da maior parte das tabuínhas é de natureza económica e administrativa mas também existem cartas, textos literários, um código de leis cananeu e textos léxicos. Os textos revelam que Ebla, antes da sua conquista e destruição por Naram-Sin, tinha uma população que atingia as 260.000 pessoas, incluindo 11.000 servos. Estabeleceram comércio, principalmente têxteis, com a maior parte do mundo conhecido, razão por que se encontram nesses textos os nomes de cerca de 5000 locais com os quais negociavam. Entre eles encontram-se os nomes de muitas cidades da Palestina, tais como Aco, Asdode, Dor, Gaza, Hazor, Jope, Laquis, Megido e Salém (o nome pelo qual Jerusalém é conhecida nos tempos patriarcais - Gn 14:18). Também os nomes de Sodoma e Gomorra são mencionados num texto de Ebla. Um epígrafo da expedição, Giovanni Pettinato, relatou que os textos também continham a versão cananeia da história da criação e do dilúvio.

EBES - Heb. ’Ebes, de significado incerto.

Uma cidade de Issacar (Js 19:20). A sua localização é incerta.
EBENEZER - Heb. ’Eben Ha‘ezer, “pedra da ajuda”.

1. Um local cerca de 3 km a este de Afeque, onde os israelitas acamparam durante a guerra contra os filisteus, no tempo do sacerdote Eli. Foi aqui que eles foram derrotados e que a arca foi capturada (1Sm 4.1-11; 1Sm 5.1). O local não foi identificado com toda a certeza. Kochavi identifica-o com ‘Izbet Sartah, um pequeno povoado a este de Afeque, onde ele escavou o que restava de casas pertencentes aos séculos XIII, XII e XI AC. Entre o que foi descoberto, encontrava-se um ostracon contendo oitenta caracteres hebraicos. Aí se encontrava quase todo o alfabeto hebraico completo (faltando somente uma letra) numa ortografia que remonta ao século XII AC;
2. Um monumento em pedra erigido pelo profeta Samuel entre Mizpá e Sem (algumas versões, “Jesaná”), numa área em que o Senhor concedeu a Israel, sob a liderança de Samuel, uma grande vitória sobre os filisteus (1Sm 7:10, 1Sm 7:12), vinte anos após a batalha mencionada no número anterior. É provável que Samuel tivesse dado o nome de Ebenezer ao monumento, no local onde Israel ganhou a batalha, para que o seu nome não se ligasse à derrota, mas sim à vitória.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

EBAL - Heb. ‘Ebal, de significado incerto.

Uma das mais altas montanhas da Palestina central (940 m). Situa-se a norte do Monte Gerizim, do qual está separada por um estreito vale. Na saída este deste vale situa-se a importante cidade de Siquém. O Monte Ebal (actualmente Jebel Eslamîyeh) é escarpado e rochoso e hoje em dia está quase desprovido de vegetação. Moisés conduziu os israelitas para este local depois de atravessarem o Jordão. Aí erigiram um altar e umas grandes pedras caiadas com cal, onde a lei deveria ser escrita (Dt 27:1-8). Moisés ordenou que seis das tribos hebraicas (Rúben, Gade, Aser, Zebulom, Dã e Naftali) permanecessem nas encostas do Monte Ebal, tendo depois pronunciado as maldições que recairiam sobre os transgressores da Lei (Dt 27:13-26; Dt 28:15-68; etc.). As outras seis tribos permaneceriam nas encostas do Monte Gerizim enquanto ele pronunciaria as bênçãos (Dt 11:29; Dt 27:11, Dt 27:12; Dt 28:1-15). Pouco depois de os israelitas terem invadido Canaã, cumpriram estas ordens (Js 8:30-35). O Pentateuco Samaritano lê “Gerizim” em vez de “Ebal”, em Dt 27:4, uma vez que Gerizim era a montanha sagrada dos samaritanos.
DURA - Aramaico Dûra’; de acordo com o acadiano (Dûru) significa “parede”.

O nome da planície onde Nabucodonozor colocou a imagem de ouro que deveria ser adorada por todas as nações (Dn 3:1). O nome permanece num dos afluentes do Eufrates chamado Nahr Dura, que se junta ao Eufrates cerca de 8 km abaixo de Hilla. Alguns dos montes ali à volta também receberam este nome. A tradição local que situa Dura na área de Kirkuk não tem bases históricas.
DUMÁ - Heb. Dûmah, “silêncio”.

Uma cidade na região montanhosa de Judá (Js 15:22), agora Khirbet ed-Dômeh, a cerca de 16 km a sudoeste de Hebrom.
DOR - Heb. Do’r; Fenício, D’r; Egípcio, Dyr.

Um lugar semítico significando “habitação”. Uma antiga cidade cananeia na costa mediterrânea, a cerca de 13 km a norte de Cesareia. A cidade é mencionada pela primeira vez em textos de Ebla do período pré-patriarcal, mas chegou à ribalta da história quando foi ocupada, por volta de 1200 AC, pelos invasores Tjekker que, tal como os filisteus, pertenciam aos Povos do Mar. A cidade foi atribuída a Manassés (Js 17:11; 1Cr 7:29), mas não foi ocupada senão no tempo de David e de Salomão (Jz 1:27). Salomão colocou toda a área de Dor sob a administração de Abinadabe, o seu genro (1Rs 4:11). Um selo hebraico do século VIII AC contém uma inscrição que diz: “Zacarias, sacerdote de Dor”. Isto significa que existia um templo e um corpo de sacerdotes em Dor quando esta cidade fazia parte do reino de Israel, ou que o dono do selo vivia em Dor. Os assírios conquistaram Dor (mencionada como Du’ru nos seus registos) no século VIII AC e transformaram-na numa província separada. Mais tarde foi dada a Sidom, depois caiu nas mãos dos Seleucidas e passou a pertencer à Judeia no tempo dos Macabeus. Em 63 AC, Pompeu tornou-a numa cidade livre, responsável perante Roma mas governando-se sozinha. O seu nome actual é el-Burj e o local situa-se a norte de et-Tantûrah. Garstang levou a cabo algumas escavações em 1923-1924. Provou-se que a cidade tinha sido fundada na Idade do Bronze (1600-1200 AC) e destruída no mesmo período, provavelmente pelos Tjekker. No tempo dos reis israelitas, Dor parece ter florescido grandemente.

DOFCÁ - Heb. Dophqah, de significado incerto.


Um local situado entre o Mar Vermelho e Refidim, onde os Israelitas acamparam, a caminho do Sinai (Nm 33:12, 13). O local ainda não foi identificado com toda a certeza mas deve ter-se situado em, ou perto de Serabît el-Khâdim e a partir do qual os egípcios deram o nome a Mafqat, ou então ter-se-á situado no Wâdi Magharah.

DIZAABE - Heb. Dîzahab, “de ouro”.


Um dos cinco locais que definem o território onde Israel acampou quando Moisés discursou pela última vez (Dt 1:1). O local, algures na região central transjordana, não foi ainda identificado com toda a certeza.

DIMONA - Heb. Dîmônah, “estrume”.


Uma cidade na região sul de Judá, perto de Edom (Js 15:22); não identificada com toda a certeza. É provável que seja a mesma cidade que é mencionada em Ne 11:25 - Dibom.

DIMOM - Heb. Dîmôn, “estrume”.


Segundo algumas versões, uma cidade em Moabe (Is 15:9); não identificada. Contudo, muitos eruditos consideram que se tratará de Dibom e citam provas textuais (incluindo o manuscritos) para apoiarem a sua posição. Jerónimo declara que os dois nomes eram usados alternadamente no seu tempo. A expressão “as águas de Dimom” indicaria, então, o Arnom, que corre a cerca de 5 km a sul de Dibom.

DIMNÁ - Heb. Dimnah.

Uma cidade em Zebulom (Js 21:35), provavelmente uma transcrição errada de Rimom.

DILÃ - Heb. Dil‘an, de significado incerto.


Uma cidade de Judá, perto de Laquis (Js 15:38); não identificada com segurança.

DIBLÁ - Heb. Diblah, “bolo de figo”.

Um local mencionado nalgumas versões de Ez 6:14; não identificado. Crê-se que os hebreus liam Riblah, em vez de Diblah. O r e o d são semelhantes no hebreu pré e pós-exílio e, por isso, são facilmente confundidos. Riblah é uma cidade 80 km a sul de Hamate, na Síria e, por isso, no limite mais a norte de Israel e a expressão “o deserto da banda de Diblá” significará “do extremo sul ao extremo norte”.
DERBE - Gr. Derbe.

Uma cidade em Lycaonia, mencionada pela primeira vez no século I AC. Fazia parte de uma secção da província romana da Galácia, no tempo de Paulo. Derbe foi conquistada pelos romanos em 25 AC e foi acrescentada à Galácia por Cláudio em 41 DC. Paulo e Barnabé pregaram nesta cidade durante a primeira viagem missionária de Paulo e aí fundaram uma igreja cristã (At 14:20, 21). Paulo visitou novamente Derbe durante a sua segunda viagem missionária (At 16:1, 2) e possivelmente durante a sua terceira viagem missionária (At 18:23). Gaio, que mais tarde se juntou a Paulo, era natural de Derbe (At 20:4).
Foram apresentadas várias sugestões relativamente à localização da antiga Derbe mas o local só foi descoberto em 1956, quando M. Ballance encontrou, em Kerti um bloco de pedra calcária com inscrições gregas mencionando Derbe. Kerti é um montículo de tamanho moderado, situando-se 83 km a sudeste de Icónio, a actual Konya. Um mapa situa Derbe a cerca de 72 km a sudeste de Icónio mas este mapa não incorpora as mais recentes descobertas no local.
DECÁPOLIS - Gr. Dekapolis, “dez cidades”.

Um grupo de dez cidades helenísticas, situando-se quase todas (com excepção de uma) na Transjordânia. A excepção é Citópolis (VT, Bete-Seã), que ficava na extremidade oriental da Planície de Esdraelom, num importante cruzamento a oeste do Jordão. Uma vez que estas cidades eram compostas principalmente por populações helenísticas, Pompeu, em 63 BC, tornou-as cidades livres, subordinadas ao emissário da Síria. Ele provavelmente quis promover o processo de helenização destas cidades e, por isso, impediu que elas fossem tomadas pelos judeus. As cidades administravam os seus próprios negócios e cunhavam as suas próprias moedas, que datavam de acordo com tempo por elas estabelecido. Foram registadas por Plínio (História Natural, v. 18) como sendo: Damasco, Filadélfia (VT, Rabate-Amom), Rafana, Citópolis (VT, Bete-Seã), Gadara, Hipos, Diom, Pela, Gerasa e Quanata. De tempos a tempos, algumas das cidades saiam da lista de cidades helenísticas consideradas como pertencendo a este grupo, enquanto que outras eram acrescentadas. Na lista de Ptolomeu (v. 15, 22), do século II, Rafana não aparece mas foram acrescentadas nove outras cidades (Abila, Abila Lisânia, Capitólia, Saana, Ina, Samulis, Heliópolis, Adra e Gadora), sendo dezoito ao todo. No tempo de Herodes, o Grande, Hipos e Gadara faziam parte do seu reino, tendo-lhe sido dadas por Augusto. Nero, mais tarde, deu Abila a Agripa II. A independência destas cidades terminou no século III DC, quando foram incorporadas na província da Arábia. Os Evangelhos mencionam Decápolis várias vezes. Muitas pessoas de Decápolis seguiram Jesus (Mt 4:25); o homem que foi libertado dos demónios contou a sua história em Decápolis (Mc 5:20) e Cristo passou uma vez por esta área.
DEBIR - Heb. Debir e Debîr, de significado incerto.

1. Um local na Transjordânia perto de Maanaim (Js 13:26); não identificada. O termo hebraico neste texto (lidebir) é tomado, por alguns eruditos, como significando “para Debir”, enquanto que outros o tratam de forma a ler-se o nome da cidade de “Lo-debar”.
2. Uma antiga cidade cananeia fortificada, também chamada Quiriate-Séfer (Heb. Qiryath-Sepher, “cidade dos livros”) em Js 15:15 e Quiriate-Saná (Heb. Qiryath-Sannah, “cidade dos ramos”). Na altura em que foi capturada por Josué, era habitada pelos anaquins (Js 10:38, 39; Js 11:21; Js 12:13) e terá voltado à sua posse, uma vez que, mais tarde, foi reconquistada por Otniel, o irmão mais novo de Calebe (Js 15:15). Foi atribuída aos sacerdotes e designada como uma das cidades de refúgio (Js 21:13, 15; 1Cr 6:57, 58). O local ainda não foi definitivamente identificado. Albright identifica-a com Tell Beit Mirsim, cerca de 19 km a sudoeste de Hebrom, uma identificação amplamente aceite. Estas ruínas foram escavadas por Kyle e Albright em quatro campanhas (entre 1926 e 1932), revelando dez camadas sucessivas de relíquias existentes na cidade.
Uma melhor proposta, originalmente feita por Galling e mais tarde apoiada por dados arqueológicos é a identificação de Debir com Khirbet Rabud, 12 km a sudoeste de Hebrom. As escavações levadas a cabo por M. Kochavi, para a Universidade de Tel Aviv, em 1972, trouxeram à luz provas que ajudaram à reconstrução da história da cidade. Após ter sido esporadicamente ocupada nos séculos precedentes, a primeira muralha foi construída nos últimos anos da Idade do Bronze (1600-1200 AC). A cidade, então, teria cerca de seis hectares. Depois de ter sido destruída ainda na Idade do Bronze, provavelmente pelos israelitas, foi reconstruída e no século IX AC foi construída uma nova muralha com 4 m, que rodeava uma área de cerca de cinco hectares. Senaqueribe destruiu a cidade em 701 AC, após o que foi mais uma vez repovoada e reconstruída. Foi conquistada e destruída pela última vez por Nabucodonozor entre 588 e 586 AC.
3. Uma cidade na fronteira norte de Judá perto do Vale de Acor (Js 15:7), talvez Thoghret ed-Debr, 12 km a nordeste de Jerusalém, na estrada que liga Jerusalém a Jericó.

DANJÃA - Heb. Dan Ya‘an, de significado incerto, se for o nome de uma cidade.


De acordo com algums versões, é um local situado entre Gileade e Sidom (2Sm 24:6); não identificado. Alguns eruditos vêem nele uma variante do nome Dã. Contudo, o texto hebraico coloca algumas dificuldades e têm sido sugeridas várias soluções. Alguns traduzem a frase hebraica por “desde Dã até Ijom”. Algumas versões, seguindo a LXX, escrevem Dã duas vezes, traduzindo a passagem em que a frase ocorre por: “Vieram a Dã e, de Dã, foram ao redor de Sidom”

DANÁ - Heb. Dannah, “fortaleza”.

Um local na parte montanhosa de Judá (Js 15:49); não identificado com toda a certeza.

DAMIM - Heb. ’Ephes Dammîm, de significado incerto.


Um local em Judá, entre Socó e Azeca, onde os filisteus acamparam e lutaram contra o exército de Saul, no tempo em que David lutou contra Golias (1Sm 17:1). Em 1Cr 11:13 é chamado Pasdamim (Heb. Pas Dammîm). Situava-se perto do vale de Elá (1Sm 17:2) mas ainda não foi identificado com toda a certeza.

DALMANUTA - Gr. Dalmanoutha, de significado desconhecido.


Um local que se situava provavelmente na margem ocidental do Mar da Galileia (Mc 8:10). A sua localização é desconhecida. Uma vez que o texto paralelo em Mt 15:39 fala de Magdala ou Magadã (segundo algumas versões, provas textuais favorecem o último dos dois nomes), Dalmanuta foi considerada um erro do escriba, significando, assim, Magadã.

DALMÁCIA - Gr. Dalmatia.

Uma zona na costa da Península dos Balcãs, no Mar Adriático. Os belicosos dalmacianos chegaram a pertencer ao reino do Ilírico. Quando a Grécia e a Macedónia se tornaram possessões romanas, os dalmacianos viveram numa semi-independência, umas vezes pagando tributo a Roma mas a maior parte das vezes revoltando-se. Depois de várias campanhas militares, foram subjugados por Octaviano na Guerra Ilírica (35-33 AC) e depois de outra revolta, foram subjugados por Tibério em 6-9 DC, antes deste se tornar imperador. Aquela zona foi depois transformada numa província romana. Após uma rebelião mal sucedida em 42 DC, tornou-se parte da província do Ilírico e foi provavelmente incluída no Ilírico a que Paulo faz referência em Rm 15:19. A Dalmácia é mencionada no NT somente em 2Tm 4:10, onde Paulo informa Timóteo de que Tito partira para a Dalmácia, provavelmente para levar a cabo as suas actividades missionárias.
DABESETE - Heb. Dabbasheth, “corcunda”.

Uma cidade na fronteira de Zebulom, perto de Jocreão (Js 19:11), provavelmente Tell esh-Shammam, cerca de 9.5 km a norte de Megido.
DABERATE OU DOBRATE - Heb. Daberath, de significado incerto.

Uma cidade no território de Issacar, na fronteira de Zebulom, atribuída aos levitas gersonitas (Js 19:12; Js 21:28; 1Cr 6:71, 72), agora Debûriyeh, uma aldeia cerca de 6,5 km a sudeste de Nazaré, na vertente ocidental do Monte Tabor. Uma vez que algumas versões atribuem Daberate à cidade de Rabite, que é mencionada na lista de cidades em Issacar (Js 19:20), é possível que a desconhecida Rabite seja um erro do escriba, significando, então, Daberate.

CUTA - Heb. Kûth e Kûthah, de significado incerto; Acádia, Kutû.


Uma cidade na Babilónia, cerca de 24 km a nordeste da cidade de Babilónia. Incluía o templo E-Meslam e era o centro da adoração do deus Nergal. Para além disto, Cuta pouco significou para a história da antiga Babilónia. Alguma pessoas de Cuta encontravam-se entre os que Sargon II (722-705 AC) instalou em Samaria após a sua destruição (2Rs 17:24). Estes colonos continuaram a adorar o deus Nergal no novo país (2Rs 17:30). Cuta é uma das poucas cidades babilónicas mencionadas na Bíblia. Os judeus chamaram, mais tarde, cuteus aos samaritanos. O local, agora Tell Ibrahîm, foi parcialmente escavado por Hormuzd Razzam em 1880.

CUSE - Heb. Kûsh, de significado incerto.


A terra dos cusitas, geralmente conhecida por Etiópia. Os assírios referiam-se-lhe como Kûsu e os babilónios como Kûshu. Nas Cartas de Amarna é chamada Kashi. Incluía a zona a sul do Egipto, mais tarde chamada Núbia, agora Sudão, que era conhecida dos antigos pelo nome de Etiópia e incluía também a área oeste da Arábia e secções a sul da Arábia (2Rs 19:9; Et 1:1; Ez 29:10, etc.).

CRETA - Gr. Krete.


Uma ilha no Mediterrâneo, com 256 km de longitude e entre 12 a 56 km de largura, situada 96 km a sudeste da Grécia. É uma ilha montanhosa e o pico mais alto é o Monte Ida (2458 m), situado no centro de Creta, o local lendário onde Zeus terá nascido. De acordo com os gregos, um certo Rei Minos terá fundado a civilização cretense. As escavações revelaram a existência de uma grande cultura nesta ilha nos tempos mais antigos. A história desta antiga cultura divide-se em três períodos: 1) o período minóico primitivo, contemporâneo da Era das Pirâmides no Egipto; 2) o período minóico central, correspondente ao Reino Central Egípcio e 3) o período minóico recente, contemporâneo da 18ª Dinastia Egípcia. Foram descobertos vários palácios nesta ilha, nomeadamente o que foi escavado em Cnosso, em 1900, por Sir A. J. Evans. Esta estrutura continha um labirinto de câmaras, antecâmaras, despensas, um teatro e um grande pátio central; e era provavelmente o labirinto da lenda grega. Ficou patente na sua arte que a civilização minóica atingiu um alto nível: cerâmica, obras em pedra e metal, arquitectura de muito bom gosto e belas pinturas murais foram preservadas em locais como Cnosso, Phaestus, Hagia Triada, entre outros.
O primeiro tipo de escrita minóica foi hieroglífico. Mais tarde, são inventadas duas formas de escrita linear. Uma delas, a linear B, foi decifrada por M. Ventris em 1953. Foi, assim descoberto que a língua destes textos escritos era uma forma primitiva do grego. Desde então têm sido encontradas, também no continente grego, tabuínhas de argila contendo textos escritos com o mesmo tipo de linguagem.
Os cretenses dos períodos minóicos parecem ter sido uma nação marítima, tendo mantido relações comerciais activas com o Egipto, a costa síria e a zona do Egeu. Por volta de 1400 AC, esta cultura minóica foi destruída por outra de um povo muito inferior, talvez os filisteus que, nas suas migrações em direcção ao este, destruíram a cultura minóica de Creta. A partir daí, Creta perdeu a sua importância na história.
Durante os períodos romano e helenístico, muitos judeus instalaram-se em Creta (I Mac 15:23; At 2:11; Tt 1:10-14). Os romanos ocuparam a ilha em 67 AC, transformando-a numa província senatorial. Subsequentemente, foi incorporada, juntamente com Cirenaica, na África do Norte. Os cretenses eram conhecidos por serem bons archeiros e também mentirosos, tal como se afirma no hexámetro citado por Paulo em Tt 1:12, que se supõe ter sido escrito por Epimenides. O navio que levava Paulo como prisioneiro para Roma, atracou num dos portos de Creta (At 27:7,8). Esta parece ter sido a primeira visita que Paulo fez à ilha. Aparentemente, mais tarde, durante o intervalo entre o seu primeiro e segundo encarceramento romanos, Paulo visitou a ilha, aí deixando Tito para que completasse a organização da igreja (Tt 1:5)

COZEBA - Heb. Kozeba’, “mentira”.


Um local em Judá (1Cr 4:22). O nome foi preservado em Khirbet Kuweizîbeh, 9.5 km a nordeste de Hebrom mas, uma vez que este local só tem relíquias que remontam aos tempos bizantinos, o antigo local poderá muito bem ter-se situado na vizinha Khirbet ed-Dilb, que contém relíquias datadas do 2º milénio AC. Alguns comentaristas identificam-na com Aczibe.

CORINTO - Gr. Korinthos.

Uma antiga cidade grega situada 8 km a sudoeste do actual canal que atravessa o Istmo de Corínto. Para sul encontrava-se uma montanha que se elevava a cerca de 550 m e no topo, conhecido por Acrocorinthus, da qual se situava uma cidadela e um templo de Afrodite. A localização de Corínto na única ligação terrestre entre o norte da Grécia e o Peloponeso, tal como o facto de a cidade possuir portos em dois golfos (o porto de Cencreia, cerca de 11 km a este de Corínto, no Golfo Sarónico e o porto de Lechaeum, 2.5 km a oeste no Golfo de Corínto), era responsável pela sua importância e riqueza. Corinto estava ligada a Lechaeum por dois muros paralelos. Uma vez que o canal (construído entre 1881 e 1893), ocupando todos os 8 km de largura do istmo, não existia nos tempos antigos, os pequenos barcos eram, muitas vezes, arrastados por um trilho em terra firme (conhecido por diolkos), desde o Golfo Sarónico até ao Golfo de Corínto e vice-versa.
Os primeiros colonos de Corínto não eram gregos. Mais tarde, os fenícios instalaram colonos nesta cidade e ele envolveram-se na manufactura de púrpura tingida com uma substância feita a partir de marisco. Dedicaram-se também à manufactura de têxteis, cerâmica e armaduras. Na última parte do 2º milénio, o povo de Ática tomou Corínto e, mais tarde, os dórios conquistaram-na. A cidade caiu nas mãos de Filipe da Macedónia e permaneceu sob controlo macedónio até que os romanos a declararam independente em 196 AC. Rebelou-se contra Roma e foi completamente destruída por Mummius em 146 AC, permanecendo em ruínas durante um século. Júlio César deu início à reconstrução da cidade em 44 AC, tornando-a capital da província senatorial da Acaia, com estatuto de colónia e tendo sido apelidada de Colonia Laus Iulia Corinthiensis. Por causa deste seu estatuto, tornou-se na residência de um procônsul (At 18:12). Este oficial mantinha a sua corte no centro do agora, ou mercado, tal como revelaram as escavações. A nova cidade tinha muitos templos, basílicas e uma grande quantidade de lojas.
Na cidade viviam muitos romanos, gregos e orientais. Existia ali também uma comunidade judaica suficientemente grande para possuir a sua própria sinagoga. Foi encontrado um caixilho de pedra onde se podia ler: “[Sina]goga dos Hebr[eus]”. Esta inscrição mostra que o caixilho pertenceu a um edifício do século IV AC que poderá, contudo, ter-se situado no local onde se situara a sinagoga do tempo de Paulo (At 18:4). O contraste entre o estatuto social de uma população muito variada era grande, sendo que dois terços da população eram composta por escravos. Por isso, muitos eram pobres e um pequeno número era extremamente rico.
A cidade era universalmente conhecida pela sua imoralidade. O termo “rapariga coríntia” era sinónimo de “prostituta” e “corintianizar” significava levar uma vida imoral. Nas comédias gregas, “coríntio” era ocasionalmente a designação dada aos bêbados. De acordo com Estrabão, existiam cerca de mil raparigas escravas trabalhando como prostitutas no templo, no santuário de Afrodite, localizado no Acrocorinthus. Uma inscrição mostra que tinham os seus próprios lugares no teatro. Estas condições lançam alguma luz sobre as referências que Paulo faz à imoralidade no mundo pagão, nas suas duas cartas aos coríntios (1Co 5:1; 1Co 6:9-20; 1Co 10:8; 2Co 7:1) e na sua carta aos romanos (Rm 1:18-32), escrita quando ele esteve em Corínto durante a sua terceira viagem missionária.
Expedições americanas têm levado a cabo escavações intermitentes em Corínto desde 1896. Praticamente todo o agora foi escavado, assim como secções da estrada de Lechaeum, do Odeão, do teatro, do templo de Asclepius e de algumas outras estruturas isoladas. Estas escavações tornaram possível o conhecimento correcto da vida na antiga Corínto. Foi descoberta uma inscrição contendo o nome de Erasto (provavelmente o homem mencionado em Rm 16:23); também uma do mercado do peixe (cf. o “açougue” de 1Co 10:25). No agora, foi descoberto o Bema, o tribunal do procônsul (At 18:12). Foi identificado por uma inscrição descoberta perto desse local.
Paulo esteve em Corínto na sua segunda viagem missionária e passou dezoito meses na cidade. Durante este tempo, fundou uma igreja (At 18:1-18) que, subsequentemente, exerceu grande influência. Mais tarde, Apolo trabalhou em Corínto com um considerável sucesso (At 18:24, 27, 28; At 19:1; 1Co 3:4). Paulo poderá ter visitado a cidade novamente durante a sua estadia de três anos em Éfeso (2Co 12:14; 2Co 13:1). Passou algum tempo em Corínto, provavelmente três meses, no fim da sua terceira viagem missionária, por volta do inverno de 57/58 DC (At 20:2, 3). Na sua carta a Timóteo, Paulo terá querido dizer que fizera, pelo menos, uma última visita a Corínto depois do seu primeiro encarceramento em Roma (2Tm 4:20). Duas das mais longas cartas de Paulo agora existentes foram escritas à igreja de Corínto. Pelo menos uma outra carta se perdeu (1Co 5:9)
CORAZIM - Gr. Chorazim, de significado incerto.

Um local situado num vale na direcção do Mar da Galileia, identificado com Khirbet Kerâzeh, cerca de 3 km a norte de Tell Hûm (Cafarnaum). Não é mencionado no VT mas é provavelmente a Karzayîm do Talmude (Menachoth 85a). As ruínas, incluindo as de uma antiga sinagoga construída com pedra basaltica preta local, são um marco no local. As escavações foram efectuadas pelo Departamento de Antiguidades da Palestina em 1926. Nas ruínas da sinagoga foi encontrada uma cadeira esculpida e com algumas inscrições, um exemplo da cadeira de Moisés referida em Mt 23:2. Cristo denunciou a cidade, juntamente com Cafarnaum e Betsaida, por terem testemunhado muitos dos seus milagres e terem ouvido muitos dos seus sermões sem que correspondessem aos seus apelos (Mt 11:21-24; Lc 10:13).